Desabafar no Facebook lhe faz parecer um zé coitado.
Dar indiretas no Facebook lhe faz parecer gentinha.
Se aparecer no Facebook lhe faz parecer exibido e carente de atenção.
Dar opinião no Facebook lhe faz parecer pedante (oi?)
Discutir pelos comentários lhe traz de volta para os seus 10 anos de idade.
Fazer ativismo político e social SÓ pelo Facebook é simplesmente ridículo (embora utilizá-lo para convidar as pessoas para manifestações políticas REAIS é muito válido).
Compartilhar imagens com temas medianos mostra o quão mediano você é.
O que não pega mal por lá é eventualmente publicar algo engraçado ou publicar algum conteúdo interessante tipo músicas, vídeos, imagens inteligentes, fotografias, sites interessantes, desde que você não fique o tempo todo fazendo isso.
Porque se fizer assim, você estará deixando de dar sua atenção para a construção de uma vida melhor. Ou vai parecer um desocupado.
De modo geral, usar o Facebook lhe faz errar de algum modo.
A não ser que você não se importe em absoluto com o que pensam de você.
O que é raro, sempre nos importamos, por mais que digamos que não.
Expor sua vida no Facebook mais compromete do que fortalece sua reputação.
Eles curtem minha publicações
Será?
Algo no Facebook nos proporciona uma enganação fenomenal que normalmente ignoramos. Ele nos força a sermos positivos. Publicamos algo e ficamos felizinhos quando ganhamos uns likes do povo.
O que não percebemos é que temos lá nossas centenas de contatos, mas a cada vez que você publica qualquer coisa, é sempre o mesmo grupo de pessoas que “curte” ou compartilha, grupo este que consiste em algumas poucas dezenas de contatos realmente engajados na nossa mensagem. É uma gente que é mais amiga do que vários de seus “amigos” que lhe conhecem pessoalmente e que lhe cumprimentam por aí mas não curtem UMA publicação sua (mas volta e meia estão online e curtindo as publicações dos outros).
O que nós não prestamos atenção é que praticamente todos os nossos contatos também viram nossa publicação, mas não “curtiram”, isto é, são indiferentes ao que estamos dando atenção, ou não gostaram.
Para cada publicação nossa lá, uma maioria expressiva de contatos vê, mas não tá nem aí, não curte, não gosta, e até acaba reduzindo o juízo neutro que tinha de você, principalmente no meu caso que costumava publicar opiniões mais críticas sobre as coisas por lá.
Pode-se argumentar que na verdade as pessoas não ficam tanto tempo assim no face, para que pudessem “ver tudo” que publicamos. Mas ficam sim. Percebemos isso ao vermos que não curtem o que publicamos, mas curtem praticamente no mesmo momento o que outra pessoa publicou, ou vice-versa.
Ou pelo seu próprio comportamento: Você não curte tudo que vê na sua timeline. Um pouco, porque é indiferente à maioria dos assuntos postados lá, e outro pouco, porque não gostou do que viu.
Dito isto, imagino que se as pessoas passassem a prestar atenção à esta maioria de contatos que não tá nem aí para seus assuntos e interesses, reduziriam muito a quantia de suas publicações. A consciência disso e também disso fez com que eu realmente reduzisse bastante minhas publicações por lá, preferindo publicá-las por aqui, que é de fato o meu espaço.
Pede pra sair!
Também tenho evitado a tentação de reclamar do Facebook no… Facebook. Porque a solução imediata para isso seria simplesmente fechar o navegador, não acessar mais a rede, etc, atitudes assim aparentemente lógicas. Vejo uns e outros fazendo isso e sinto uma compulsão (quase) irresistível de sugerir que excluam seu perfil, oras…
Mas os entendo! O Facebook tem disso: você se incomoda com várias publicações mas nunca deixa de dar aquela acessadinha.
Será a rede social o vício dos nossos dias?
Sei lá!
Pode ser, mas ainda não perdi de vista que de todas as oportunidades que o Facebook nos oferece, a mais importante ainda é a oportunidade de ficarmos quietos.
Elizabeth
28 de novembro de 2013 as 14:02
Já li vários textos seus, gostei especialmente deste, já tentei manter uma conta no “face”, mas tenho uma “baita” preguiça de expor a minha vida e fazer comentários da vida dos outros, por isso, antes que me pedissem pra sair, saí.
Ronaud Pereira
28 de novembro de 2013 as 17:14
Bem que fez, Elizabeth! Um abraço 🙂