Estava arrumando minha pequena grande biblioteca e me prometi passar 2014 sem comprar NENHUM livro.
Não que não queira mais ler, e sim, que devo ter somado uns 20 livros comprados e não lidos. Talvez mais, não quis contar.
Mas talvez não queira mais ler mesmo. Talvez nunca quisesse.
Com raras exceções, nunca gostei de literatura de ficção. De mentira e de sonho já basta a vida.
Alguns romances, os clássicos, até conseguem acrescentar algo à nossa bagagem de respostas possíveis à vida. Porque os clássicos são muito auto-biográficos, trazem muito da vida do autor, e é sempre bom saber como gente inteligente se saiu diante de problemas que também nós passamos.
Mas a maioria dos romances atuais são inventados, trazendo essa invencionice toda como meritosa originalidade. Pra mim, não passa de literatura chiclete, aquela que nosso cérebro masca, masca, tira o açúcar e depois não nos serve nem pra engolir, porque não tem substância.
E substância é vida, sabedoria, vitória.
Sempre gostei de livros de caráter filosófico, espiritualistas e de auto-ajuda. Sempre li pra entender e tentar melhorar a vida. Acho que funcionou bastante. Aprendi muito. Não melhorou tudo, mas melhorou suficientemente para minha vida deixar de ser a droga que foi durante a adolescência.
Hoje estou aqui, com uns 20 livros para ler, alguns, romances. Quero lê-los. Mas talvez nem queira. O que eu precisava ler de importante, já encontrei e já li. O que a gente precisa saber da vida está em poucos livros, quase sempre, os mais antigos.
Agora o que eu preciso é praticar o que aprendi, e viver o que não se encontra nos livros – praticamente tudo – e nessa parte, tenho falhado, com essa minha vida pouco prática.
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