Como é difícil LARGAR o que nos incomoda e seguirmos a vida. Como é difícil largar mão de nossos desejos “neuróticos” do tipo “eu acho que assim é melhor porque ASSIM É melhor“. De onde tiramos a idéia de que podemos controlar o mundo a nossa volta? Quando foi que passamos a acreditar nesta sedutora mentira?
Luiz Gasparetto afirma:
O sofrimento é do tamanho da teimosia.
E Deepak Chopra afirma:
Segurar algo na mente é como segurar a respiração. Se você persistir, vai sufocar.
Largar é uma arte. Essa arte está bem resumida naquela Oração da Serenidade, a qual eu postei aqui semanas atrás. A atitude mais razoável diante dos problemas – leia-se: as coisas não serem do jeito que queremos – é resolver rapidamente aquelas que podemos resolver, ACEITAR aquelas cuja resolução está fora do nosso alcance, e o mais importante e difícil – onde está a verdadeira arte – que é SABER DISCERNIR o que podemos e o que não podemos resolver.
Às vezes nos magoamos com as pessoas, ou com a vida, ou com Deus, porque esperamos certas ações ou conduta e elas não vem, não acontecem. Quem prometeu, não cumpriu. Daí a frustração, daí a mágoa, daí o ressentimento e todas as péssimas consequências que se manifestam com uma pessoa ressentida, que vai desde a uma piora na saúde até o mau aproveitamento da vida, numa atitude tipicamente mimada: “Se não for como eu quero, então não brinco mais”.
Mas quem disse que promessa é dívida não imaginava o quanto um ser humano pode ser sem-verg… digo, imperfeito. Se tem algo que a vida NÃO nos dá, são GARANTIAS. Esqueça. Faça você O MELHOR QUE PUDER e quanto aos outros, esteja sempre preparado (a) pra tudo. É a vida, é o ser humano.
Eu vejo que NINGUÉM É OBRIGADO a aturar os outros. Podemos ficar aturando os defeitos de alguém durante anos, numa vã expectativa de que a pessoa um dia mude, mas convenhamos, a vida é tão boa, tão cheia de possibilidades para ficarmos apegados a um(a) “zé mané” que não quer nada com a vida. Bola pra frente. As pessoas não mudam. Elas apenas nunca foram o que nós quisermos acreditar que fossem.
No ramo dos negócios há um lema super construtivo e motivante:
Sempre há outra oportunidade depois da esquina.
Vejo que esse lema vale pra vida. Basta acreditar. Esperar, confiar. E sempre entendendo a DIFERENÇA entre ESPERANÇA e EXPECTATIVA. A primeira ABRE caminhos, a segunda, LIMITA os caminhos. A primeira ANIMA, a segunda, FRUSTRA.
O perdão cura a alma, porque a alivia do peso de segurar o que não a serve mais, ou que nunca tenha servido. Alivia porque perdoar é largar o que não é pra nós. Vive-se ainda com a péssima idéia que perdoar é aceitar os defeitos dos outros e CONTINUAR CONVIVENDO com eles. Que idéia mais infeliz fizeram do perdão. Perdoar é ACEITAR que as pessoas e a vida, não são e jamais serão do modo como imaginamos ser o melhor. Perdoar jamais será a obrigação de se conviver com gente cujo comportamento não “se encaixa” mais com o nosso modo de vida. Perdoar é largar no sentido da mais bela reflexão sobre o amor que já encontrei:
Se você ama, deixe ir. Se voltar, é seu, se não voltar, NUNCA FOI SEU!
***
O maior e mais belo favor que você pode fazer para as pessoas é libertá-las.
E aceite que nunca foi seu. Porque haveria de ser? No noticiário vemos que o mundo tá cheio de miséria. Desligue a TV. Há também muita coisa boa, muita gente boa querendo conhecer alguém como você. Dê-se a chance. Dê-se o melhor. Você merece!
Largar é confiar que a vida nos reserva algo melhor.
Se não dá do jeito que queremos, então por que forçar a barra?
Esperar quem ficou de não vir?
simone f m
06 de setembro de 2009 as 20:17
SHOW DE BOLA
paradigma
08 de setembro de 2009 as 14:55
Achei excelente esta linha de reciocínio, devemos quebrar paradigmas todos os dias.
Não podemos obtermos resultados diferentes se todos os dias fazemos a mesma coisa.
Vamos nos tornarmos seres humanos melhores, aprimorando novas idéias/hábitos.
Assim estaremos cumprindo o nosso papel na terra.
m.
10 de setembro de 2009 as 13:57
Sabe quado vc está com algo entalado na garganta, algo incomodando… Aí vai, meio sem ânimo, clica em links aleatórios e chega exatamente onde precisava chegar pra ler exatamente o que precisava ler… É isso. Perfeito. Obrigada. 🙂
Claudia
14 de setembro de 2009 as 18:56
Olá Ronaud…quero parabeniza-lo pelo texto!Como sempre nos trazendo reflexão…e que nos faz seguir…nessa eterna mutação! Obrigada.
Gostaria de sugerir, se me permite, o livro A GRANDE SÍNTESE, considerado o Evangelho da Ciência, de Pietro Ubaldi – http://www.geocities.com/athens/academy/9258/downloads.html
ronaud
14 de setembro de 2009 as 19:14
Obrigado você, Claudia, por suas palavras e por sua presença constante aqui. E pela dica também, a qual vou avaliar com carinho. Parece mesmo ser muito interessante.
Ronney
17 de setembro de 2009 as 19:53
Lúcidas ponderações, Ronaud. Participo há 3 anos de um grupo de apoio a dependente químicos (alcoolismo e drogas – lícitas e ilícitas) e a familiares (codependentes), que sofrem tanto quanto o dependente; e como é difícil largar vícios…! Inclusive a oração da serenidade é ponto-chave dos encontros semanais. Se possível, gostaria de ler uma abordagem sua a respeito do tema, lembrando que, no grupo, não damos receitas, o que vale, e muito, para o auxílio na recuperação, são os relatos feitos por ex-dependentes e ex-codependentes; grande abraço.
ronaud
17 de setembro de 2009 as 22:07
Ronney, obrigado.
Pois olha, eu aqui procuro escrever de coisas pelas quais eu realmente passo. No caso deste texto, realmente vivenciei e superei relacionamentos pouco frutíferos. Adoto essa postura justamente pra não cair naquela coisa de dar receitas que mal conseguimos pôr em prática. Já quanto aos vícios, confesso ter pouca experiência nesse sentido. E até onde eu sei, as pessoas superam os vícios de forma absolutamente pessoal. Cada um deve, ao que sei, encontrar sua própria forma superar-se. Se bem que isso vale pra vida também. A receita é: Criar nossa própria “receita” para a vida 😉 Quem sabe futuramente dou meu pitaco nesse assunto também.
Muryel
30 de setembro de 2009 as 9:31
Leia com atenção
Ana Maria Mantzos
02 de novembro de 2009 as 18:15
Que interessante a sua visão de perdão! Não havia pensado desse lado! Realmente,aceitar e continuar convivendo é algo meio indigesto, e era difícil para mim engolir isso.
Alyny
01 de janeiro de 2010 as 15:30
Muiats pessoas precisam ouvir isso ou ler para abrirem os olhos diante de um relacionamento fracasado.As pessoas acham que estao pedendo alguem quando na verdade so estão se libertando pra uma VIDA nova,e com isso é preciso sim saber viver.
cristina falcão
27 de novembro de 2010 as 7:42
Legal! legal! Estou grata Ronaud. As vezes ficamos pedindo Luz para clarear nossos pensamentos e acalmar nossa alma… e ela nos chega assim, através de um texto simples e objetivo.
Grata!
Luz, Paz e Amor.
marlene
31 de janeiro de 2011 as 12:44
gente! era tudo que eu precisava ler hoje…agora…
Angela maria Amaral Bôa Nva
26 de junho de 2011 as 19:37
Obrigada, Ronaud! Que texto esclarecedor! Por mais a gente pense saber sobre um assunto, sempre vamos descobrir outras perspectivas e que, como esta visão do Perdão, tem o dom de libertação!
Paz e Luz para todos nós!
Jamily
14 de julho de 2011 as 0:03
Adorei a reflexão,ajudou bastante..
Taynara
01 de fevereiro de 2012 as 7:55
mto bom.. ajudou bastante!!! mto obrigado
FÁBIO SANTO
07 de junho de 2014 as 7:54
Gostei muito do texto, ele se encaixa perfeitamente na situação em que me encontro, a tão temida separação, mas como lidar com o fato quando uma das partes ainda tem um amor tão forte e intenso e a outra só retribui desprezo e mágoa, como controlar os impulsos de quem quase explode de amor pela outra.
wilka
07 de junho de 2014 as 16:59
Lindo
Ronaud Pereira
11 de junho de 2014 as 13:09
Oi Fabio. Tem uma frase de Richard Bach que eu acho esplêndida e procuro aplicar na minha vida:
“Amar uma pessoa incondicionalmente é não se importar com quem ela seja ou com que ela faça. O amor incondicional superficialmente, se assemelha à indiferença.”
Não que eu ame quem eu amo assim incondicionalmente, nem acredito muito em amor incondicional, mas, eu acredito que amar uma pessoa é desejar a felicidade dela acima de tudo, inclusive, da nossa. Se a pessoa amada for mais feliz longe de mim do que perto, apesar de tudo que eu fizer de bem para ela, prefiro que se vá. Se o meu amor é um amor que quer a pessoa amada perto o tempo todo, é um amor obsessivo, egoísta e que no fim, aprisiona. É como amar tanto os pássaros, que os quero engaiolados perto de mim. Eu quero é que voem.
Escrevi mais sobre isso aqui: https://www.ronaud.com/amor/psicologia-da-paixao-amor-romance-e-egoismo/
Enfim, deixo essas palavras para reflexão.
Um abraço e boa sorte por aí
😉