Quem costuma parar um pouquinho de vez em quando pra pensar na vida, inevitavelmente acaba chegando à conclusão de que essa vida é muito LOUCA. Não há regras para nada (a não ser a da sobrevivência) e no fundo nossas decisões são tomadas quase sempre no chute. Certeza MESMO ninguém tem de nada.
Mas ultimamente tenho percebido certas linhas de pensamento que tendem para um denominador comum. É um ponto de vista diferente e você não tem a menor obrigação de concordar, mas ao meu ver faz muito sentido.
E é sobre SENTIDO, que falo. O sentido da vida, das coisas em nossa vida. Quem nunca se viu numa encruzilhada, sem saber o que fazer da vida, porque lhe falta o sentido maior para tudo? Sorte sua se não passou por isso. Há pessoas mesmo que já nascem meio que predestinadas a seguir determinado rumo. E decisão não é a maior preocupação delas. No entanto, para pessoas como eu e quem sabe você que está lendo, esse assunto já rendeu dias e dias tentando responder aquelas perguntas existenciais do tipo “O que é que estou fazendo aqui nessa vida?” ou “Devo ou não devo?”, “É certo ou errado?”.
“Nada é bom ou mau”, disse Shakespeare, “nosso pensamento é que o faz.”
Pois bem, ultimamente tenho entendido que o sentido das coisas, o qual tanto questionamos, somos nós mesmos que fazemos. O sentido, ou razão de ser de tudo existe por nós, e não nós para um sentido pré-estabelecido. Pessoas muito conscientes e assertivas costumam dizer: “Minha consciência é a minha religião”. Isso diz muito…
Há uma citação de Saint-Exupèry muito conhecida cujo significado profundo poucos atentam:
“Foi o tempo que você gastou com sua rosa que tornou-a importante para você.”
Creio que o que ele quis dizer com essas palavras foi que nós temos esse poder criador. Criamos o nosso mundo e nossas leis. Damos vida às coisas com nossa atenção e dando significado para elas. Não nos apegamos as coisas mera e simplesmente. Nos apegamos porque nós as criamos e fazem parte de nós.
Duas medidas
Veja esta passagem do Novo Testamento, sobre algumas palavras de Jesus:
Os fariseus, tendo sabido que ele tapara a boca dos saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, para o tentar, propôs-lhe esta questão:
– “Mestre, qual o mandamento maior da lei?”
– Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo.Mateus, 22, 34-40
Ai eu pergunto: Porque devemos amar a Deus incondicionalmente, e ao próximo como a nós mesmos?
Porque essa diferença? Isso dá o que pensar, não dá? Ou seja, e se eu não me amo? E muita gente não se ama, porque se entrega às drogas, aos maus hábitos, a péssimas companhias, etc. Essa pessoa, eticamente, tem obrigação de tratar os outros bem, se a ela mesma, trata mal? Será que a falsa moral vigente no mundo é mais falsa do que imaginamos? Não terá cada um sua própria medida de moral? Sua própria medida de justiça? Desconfio que sim e a cada dia mais. Essa cultura ocidental do Pecado e Castigo ou do Crime e Punição não têm certamente a propriedade ideal que supõe ter.
É evidente que prefiro ver um criminoso preso do que solto por ai. Mas prendê-lo pura e simplesmente não vai melhorá-lo como indivíduo, isso se não torna-lo pior. Acho que todo presidiário deveria voltar a cursar uma escola, principalmente sobre questões éticas, coisa que até nas escolas comuns falta. Não somos educados a ser cidadãos. Não somos educados a lidar com dinheiro. Ou seja, somos pessimamente orientados na vida e depois se cometemos algum erro, talvez grave, ainda vão querer nos punir. Tem alguma coisa errada nessa lógica. É por coisas assim que vejo que esse mundo alcançou uma disparidade crassa entre a avançadíssima tecnologia e o lastimável atraso social.
Eu penso mesmo que as leis da vida e de Deus são deveras complexas para que as compreendamos da forma simplista com a qual preferimos entender as coisas. O ser humano vive em busca da ordem em meio ao caos e é difícil, quase doloroso para qualquer um entender que a vida segue no meio termo, no equilíbrio.
8 ou 80 definitivamente não é o lema do universo.
Também certamente a liberdade do ser humano é muito maior do que ele julga. O povo em geral conduz suas ações baseado na moral vigente, até que ele próprio encontre a dimensão de sua própria moral. Cada vez mais tenho acreditado que nós mesmos decidimos o que nos convém. E o que vemos pelo mundo e lamentamos como injustiça nada mais é do que a justiça real se fazendo presente. Tudo está certo do jeito que está? Há males que vêm pra bem? Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão? Provérbios aparentemente bobos ou cheios de uma verdade que não enxergamos?
Joel R figueiredo.
13 de maio de 2011 as 17:01
Ilustre pensador, o mau se conhece pelos resultados, não somos obrigados a amar, todavia, sobemos que o ódio produz desequilibrio e violencia, se assim for, optemos racionalmente pelas virtudes que nos tonam racionais e sociaveis, amar é cunstruir e associar. Djow