De 27 de janeiro de 2000.
***
As marcas de uma ousadia II
À cristã…
Sabes, és tentação, meu desejo proibido
Saibas, tua atração ainda é relembrada
De todas constante, sua imagem, a libido
Está presente; sob olhos ocultos vigiada
Provocação latente, fui um anjo distraído
És católica, perdida, uma louca desvairada
Sem fé, ainda por cima és reprimida
De minha parte, inveja e compaixão
Da pastora, injustiça que a faz redimida
Saúdo aquela doce tentação; que passa
Aos meus olhos, paixão transmitida
Imagem do pecado em estado de graça
Faz-te respeitável; divino êxtase compartilhado
Mentiras puras, convincentes, ilusões veementes…
Tentado a crer, sou cordeiro desvencilhado
É sua conduta aparente; promissora e decente
(estas melodias suaves convencem-me)
Bela e contagiante, traiçoeira tentação ao atalho
Minha devoção; minha ilusão de desejos ardentes
Relato, a piedade que a tua dor não merece
Pois teus olhos profanos fazem-me chorar
Ao ver com pesar dar-te a quem te esquece
Ah tempos em que eras pura e tentada a sonhar…
Uma maga menina de encantos tão hereges
Proibido amor que o medo não permitiu brotar
A cristo…
A feminilidade, sempre tão divina, é pecado?
A religiosidade, sempre tão sombria, é virtude?
Por que esta cruel obediência ao sagrado?
Por que não um vida livre, sem penas tão rudes?
Envolvente e fria nostalgia frente a este calvário
Sinto um caminho, de dores e sonhos que iludem…
/ Ronaud Pereira /
***
Novos Comentários Encerrados
Devido à mudança de hábitos das pessoas ao não comentarem mais em blogs, e ao excesso de spams, optei por encerrar definitivamente o espaço para novos comentários neste site.
Muito Obrigado a cada um que nestes 15 anos de site deixou um pouquinho de si por aqui ;)