Música, uma máquina do tempo – Crônica
Os vizinhos faziam churrasco, as crianças corriam pra lá e pra cá, gritando e rindo.
No ar uma sequência de músicas sertanejas, muito antigas, quase caipiras, as quais seguiram-se algumas músicas também muito antigas da dupla Zezé di Camargo e Luciano.
Ele tinha algumas dessas músicas em mp3 e, instigado pela lembrança de músicas tão antigas, procurou-as no notebook, para ouvi-las novamente. Enquanto procurava, na lista, surgiu alguns nomes da dupla Roxette, que fez muito sucesso entre as décadas de 80/90.
Desistiu do Zezé di Camargo e colocou esses sons do Roxette pra tocar.
A cada faixa, voltava mais e mais no tempo, lá pro começo da década de 90, quando entrava para a adolescência reclusa que marcaria sua vida, por mais que tal período se faça ausente de suas memórias, talvez até por uma amnésia voluntária, que vem poupar a psique de algumas lembranças doloridas, e já desnecessárias.
Que viagem! Para a época em que ficava isolado no seu quarto, com seu rádio, seu gravador cassette e passava os dias à espera de suas músicas favoritas, para gravá-las nas fitas. Jovens desta década não conseguirão jamais imaginar que o rádio era o melhor e ás vezes, único companheiro das pessoas antes do surgimento do computador e, logo depois, da internet.
Logo depois, encontrou as músicas de Zezé di Camargo e Luciano, também do final da década de 90 e início dos anos 2000. Que belas canções, profundas, melódicas! Quantas lembranças! Uma viagem no tempo.
Inevitável! Música vai, música vem, lembrou da grande paixão de sua vida. Aquela que, como não poderia deixar de ser, não deu certo. Abriu sua foto no instagram. Ficou olhando por alguns segundos. Lamentou muito não ter dado certo.
Poderia ter dado certo, se os deuses colaborassem minimamente, mas devem ter tido maiores preocupações na época. E tudo que poderia ter dado errado, que não tenha ultrapassado o status de tragédia, deu errado. Tudo deu tão miseravelmente errado que hoje ele pegou aversão à história, à pessoa, aos tantos impiedosos episódios que atrapalharam aquele que poderia ter sido um grande amor, aquele vivido nos épicos.
Os anos passaram e ele foi esquecendo tudo, ou, talvez não esquecendo, mas realmente deixando para trás. A não ser nesses momentos, ao ouvir essas verdadeiras máquinas do tempo que são essas melódicas e tristes canções, como as da dupla Roxette ou da dupla Zezé di Camargo e Luciano.
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