No âmbito da política, se você votar num bagaço para um cargo público, o serviço que você (não) obterá de volta será um bagaço.
Porém… e sempre tem um porém, os políticos amam esta idéia e torcem para que você pense assim, porque esse tipo de raciocínio culpa a vítima. Você até se acha inteligente pensando deste modo, mas os políticos estão anos-luz a frente de você que só assiste ao Jornal Nacional e se acha bem informado. Assim, quando você divulga uma imagem como a acima, está se culpando indiretamente pela política brasileira ser a lástima que é. Você tem uma parcela de RESPONSABILIDADE? Tem! Você, como eleitor, é culpado pela corrupção na política? Nunca!
Uma parte do povo realmente vota mal, pensando em interesses próprios, ou às vezes nem pensando. Mas uma grande parte do povo vota com boas intenções, realmente acreditando, pois eleições no Brasil são um exercício de esperança. E essa grande parte de eleitores não tem a menor condição – a começar por tempo disponível – para averiguar o histórico do candidato e muito menos para ter certeza se ele honrará a confiança que lhe foi depositada.
Ai Ronaud como você é implacável. O político, coitado, não sabe o que faz e… você sabe, a carne é fraca, o dinheiro tá ali, muito facinho, e ele vai e bota a mão! Coitado, não resistiu à tentação…
Ora, o sujeito é um sem-vergonha, bandido, safado, desonesto, anti-ético, desumano – porque mexe com dinheiro do qual muitas vezes a vida das pessoas depende, como o da saúde, por exemplo…
E o povo é que é o culpado, porque votou mal.
Ele é bandido e EU sou culpado porque não tenho a visão de raio X que me permite enxergar o caráter do indivíduo por trás daquele sorrisinho fácil.
Desculpa, mas não aceito isso. Bandido de terno-e-gravata continua sendo bandido, e muito pior, porque ele é sofisticado, não lida com milhares, lida com milhões.
Políticos são bem grandinhos e sabem muito bem para quê foram colocados nas posições que ocupam. Para trabalhar por nós, e não para trabalhar para eles apesar de nós. Eles tem uma responsabilidade que precisa ser cobrada deles mesmos, e JÁ. E não de nós, que somos as vítimas, somente ao final do mandato.
Se você acredita veementemente no raciocínio do cartaz, e achou o máximo quando o viu pela primeira vez rolando pelo Facebook, sinto informar, você precisa rever seus conceitos.
Já comentei sobre esse ponto-de-vista aqui.
Ednardo
19 de outubro de 2011 as 22:29
Ronaud, a política é o que é porque o homem é o que é!
ronaud
19 de outubro de 2011 as 22:38
Boa!!! 🙂
Carolina Scarpelini
23 de outubro de 2011 as 10:14
Eu como política, te digo que é muito importante, fundamental que o eleitor conheça o mínimo do candidato para dar o seu voto, por isso ele tem que estar atento sim!!Acompanhar se realmente as palavras do político correspondem aos fatos, como já dizia Cazuza.Todos atentos sim, é dever do eleitor também,mas é um assunto que precisa ser cada vez mais discutido no Brasil Ronaud, vamos continuar!!Mas te confesso mais uma coisa, a partir do momento em que decidimos enfrentar tudo isso como políticos tb, é um peso muito grande, por isso é preciso para que o trabalho seja traduzido em serviço de muito amor, pessoas realmente humanas, responsáveis, que buscam esse contínuo aperfeiçoamento , para o melhor, para o bem; e é nisso que o eleitor tem que se ligar.
Abração Ronaud, fazia tempo que não passava por aqui..PARABÉNS!Bom domingo!
ronaud
23 de outubro de 2011 as 11:43
Oi Carolina, quanto tempo!!! Sou um tanto pessimista com isso tudo, sabe. Como eu disse no texto, o eleitor tem sim uma responsabilidade sobre o funcionamento político do país e de sua região, embora esse me soe como um discurso um tanto ilusório, pois já ouvi inúmeros relatos de pessoas que foram até a câmara de vereadores exigir algo e só o que viram foram os vereadores se escondendo e fugindo das pessoas que vão lá lhes cobrar. O que se dirá das Assembleias legislativas e das câmaras nacionais que estão longe de 99,9% do povo. Na prática o discurso é bem outro.
E também discordo desse discurso que diz que se os atos do político não correspondem aos fatos, a culpa é do eleitor que votou mal. Não temos como saber como será o comportamento futuro de qualquer pessoa. Nem o eleitor mais comprometido sequer sonha com o que ocorre nos corredores do poder. Como no meio privado, assim como um funcionário de uma empresa, o político tem uma meta e tarefas a realizar. Se não as realiza a contento, deve ser demitido já, e não só ao fim do mandato. Tudo isso me leva à conclusão de um amigo meu que é servidor público daqui que diz categoricamente que o problema do Brasil é um só: fiscalização. Tá tudo correndo muito frouxo na política desse país. Se a rédea apertar, o cavalo vai pelo caminho certo 🙂
Não é nada pessoal, viu, muito ao contrário, saber que uma pessoa como você está “no meio do fuzuê” até dá bastante esperança, pois vejo seu comprometimento com sua cidade.
Mas de modo geral, acredito muito que a responsabilidade dos políticos transcende a responsabilidade que lhes é conferida pelo senso comum. Você usou duas palavras que definem bem essa responsabilidade: amor e humanidade. É realmente o que está faltando à parte da classe política do país.
Obrigado pela visita e boa sorte nesse seu engajamento político!!! É bonito de ver 🙂
RODRIGO NETO
31 de outubro de 2011 as 0:52
Os políticos são apenas mais uma das representações de grupos da sociedade. E dentro delas todas teremos ladrões, hipócritas, mentirosos, demagogos, etc. Dentro da classe médica tem, entre advogados tem, entre publlicitários tem. Onde o ser humano estiver. Mas me parece que dentro da classe política a situação é bem mais constante e numerosa. Sou pessimista como Schopenhauer neste assunto, ainda mais quando vejo que tem uma nova leva de jovens entrando e… A mesma coisa. Não fiscalizamos, não nos mobilizamos. Há algum tempo, na França, o governo mudou a carência da aposentadoria de 60 para 62 foi uma loucura. População na rua, manifestações fortíssimas. Aqui uma denúncia de corrupção sucede a outra e nos apenas nos indignamos. Indig Nação. Nação indigna. Ação. Chega de indignação e partamos para a Ação.