Talvez esteja querendo demais
Vez e outra nos deparamos com reportagens e outras abordagens da mídia relacionadas à eterna busca das pessoas por suas almas gêmeas. Esse assunto dá o que falar e é mesmo inesgotável.
Dentre os vários aspectos dessa busca ansiosa e incansável de alguns por sua alma gêmea, um que sempre me chama a atenção é quando essa busca é feita por pessoas inteligentes e bem sucedidas profissionalmente.
Alcançaram a liberdade, encontraram o sucesso profissional e financeiro, enfim, conseguiram a independência total. E esse sucesso todo lhes deu argumento e poder para exigirem para si o melhor do melhor. Quando essa exigência toda se dá no âmbito material, seja na aquisição de um bem ou produto, tudo bem. Tudo tem um preço e eles(as) tem mesmo dinheiro para pagar pelo detalhe mais minuciosamente sofisticado.
Mas e quando tal exigência atinge suas buscas por um parceiro(a) ideal e definitivo(a)? Será mesmo possível exigir a parceria ideal e definitiva? Ela existe mesmo? Um ser humano IDEAL e DEFINITIVO num mundo onde tudo é imperfeito e sabidamente transitório?
Sei não…
Será que a exigência excessiva não mata a possibilidade de encontrarmos alguém apenas bom o bastante, mas nunca ideal? Como esperar pelo(a) parceiro(a) ideal, se indivíduo algum sobre esse planeta jamais satisfará a exigência mais idealista?
Eu tinha uma amiga que sempre repetia: “Ninguém é perfeito”. O que parece agora um clichê, me foi dito por ela em duas ou três circunstâncias tão peculiares, onde tal dizer se encaixava perfeitamente, que me ofereceu uma perspectiva ampliada das circunstâncias pelas quais passávamos. E até hoje não só nunca esqueci essa constatação, como vivo utilizando-a para me ajudar a entender melhor os atos e reações alheias.
Ninguém é perfeito
A questão aqui é:
Até que ponto é melhor ficar só do que mal acompanhado(a)?
Acredito muito neste ditado, mas até que ponto devemos levá-lo a ferro e fogo?
Acho que a palavra-chave em todo e qualquer relacionamento é ACEITAÇÃO. Não no sentido de tolerância, e sim no sentido de entendimento. Entendimento de que como humanos que somos, não só o outro como nós mesmos temos zilhões de defeitos e que, assim como queremos ser aceitos como somos, inevitavelmente deveremos ceder um pouco para aceitar o outro como ele é.
Talvez o seu perfeccionismo seja o grande motivo pelo qual continua sozinho(a).
Elizabeth de Kássia
12 de outubro de 2014 as 2:34
Será que a sabedoria vale o preço de ser triste?
Será que vale a pena ser inteligente e, graças a isso, sofrer? Ou valeria muito mais, desconhecer a simples malevolicidade do mundo e sorrir diante da própria ignorância?