Consequências Sociais e Políticas da Reação Emocional
Tudo na vida é REAÇÃO, especialmente em política.
A feminista é feminista porque foi maltratada por homens cruéis.
O homem adere ao mgtow porque teme ver (ou já teve) seu patrimônio dilapidado por mulheres não confiáveis.
O intelectual é socialista porque não consegue a alta renda que muitos empresários conseguem com pouco ou nenhum estudo.
O conservador assim se porta, porque teme ver suas conquistas expropriadas por socialistas.
O progressista assim o é, porque vê seu comportamento depreciado por conservadores.
O libertário defende a liberdade porque já teve que dar satisfação a Agentes de Estado sobre assuntos que na verdade não lhes diziam respeito.
Todos os movimentos sociais são fruto de reações coletivas a algum tipo de ofensa ou prejuízo pessoal.
O poder do ressentimento
No filme Coringa, tudo começou depois d’ele ter apanhado de uns caras na rua.
Diz-se que Hitler em algum momento de sua juventude foi muito humilhado por um judeu, o que certamente contribuiu para despertar todo o seu ódio antissemita.
Marx criou toda sua teoria comunista ao observar as condições degradantes dos trabalhadores ingleses pós revolução industrial.
As relações sociais e políticas atuais funcionam à base de ressentimento.
Guerra Política?
Há tempos que observo este fenômeno comportamental recorrente nas relações humanas.
O fenômeno da reatividade.
O ser humano é extremamente reativo. Tipo criança pequena. Você diz sim, ela diz não. Você diz não faz, e ela quer fazer.
Esse fenômeno da reatividade é basicamente a birra se manifestando; e engana-se quem acha que birra é coisa de crianças, velhos e adultos são tão insuportavelmente – e desnecessariamente – birrentos quanto as crianças mais irrefreáveis.
No ambiente político atual isto é muito observável. Basta o presidente Bolsonaro se posicionar favoravelmente a certo tema, e a oposição, formada por políticos e grande parte da mídia, passa a militar contra o tal tema.
O oposto também ocorre, basta a oposição e correntes progressistas se manifestarem, e a reação conservadora ultrapassa muitas vezes o exagero, dando holofote pra doido.
Alguns ideólogos, em nome de uma tal “guerra política” acreditam que devemos “expor” nossos inimigos. Eu sinceramente sempre acreditei que isso é um erro, conforme bem ilustra a imagem a seguir. Já perdi as contas de quantas polêmicas políticas me fizeram conhecer figuras que antes só habitavam o vale das sombras do anonimato. Não houvesse a polêmica, eu não teria conhecido tais figuras.
Reações geram publicidade contra o que se reage.
A observação nos dias atuais me faz concordar com esta outra observação, do escritor José de Alencar, feita em 1875 quando da publicação de seu livro Senhora:
A crítica, por maior que seja a sua malignidade, produz sempre um efeito útil que é de aguçar a curiosidade. O mais rigoroso censor, mau grado seu, presta homenagem ao autor, e o recomenda.
Henry B. King havia extraído o suprassumo desta situação quando disse:
Falem bem ou falem mal, mas falem de mim.
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Sempre que alguém se dá o trabalho de comentar que algo é irrelevante, está automaticamente conferindo relevância para o que quer desqualificar. O irrelevante não chama a atenção.
Se você não gosta de algo e não quer ver esse assunto alcançar fama, não fale dele.
Nem olhe.
Na economia da atenção, não importa se a atenção é positiva ou negativa. O que importa é fazer barulho, o que se traduz em cliques, vendas e pontos de Ibope.
Em bom português: não gosta? Ignore, em vez de ficar criticando. Isso não significa que “é feio criticar”. Significa que a energia que você gasta criticando se traduz em sucesso para os fenômenos que você critica. Gaste seu tempo como se fosse dinheiro: com o que você acha que vale a pena. Porque quem recebe esse tempo muitas vezes o traduz em dinheiro. Critique, sim, o que mereça seu tempo – especialmente se não for capitalizar em cima da sua raiva.
Na internet, “sua inveja faz o meu sucesso” não é frase de para-choque de caminhão. É modelo de negócios.
Demonstração prática
O Paulo Polzonoff publicou um tweet inocente comentando que não gosta do emoji “joinha”. Tente adivinhar como seus seguidores reagiram?
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