Recentemente comecei a ler, sem a menor pressa, o livro Comunicação em Prosa Moderna, do Othon Garcia. Encaro tal leitura como uma “reciclagem” profissional. É desnecessário dizer (mas digo mesmo assim) que o livro é sensacional e, atendendo perfeitamente meu interesse atual pelo tema, tem me deixado fascinado, mais uma vez, pela nossa língua portuguesa.
A leitura do livro citado só reforçou – depois de anos – o que eu já considerava desde meus tempos de colégio: Que a tal análise sintática tem um quê de “coisa do além”, ou seja, é daquelas coisas que existem mas não podem ser rigorosamente comprovadas. A análise sintática é imprecisa, ilógica, confusa, enfim, praticamente uma atividade artística.
Predicados nominais, predicativos do objeto, verbos de ligação, verbos transitivos diretos ou indiretos e os irreconhecíveis intransitivos; E mais: complementos nominais e verbais, objetos diretos e indiretos, os misteriosos agentes da passiva (Já pensou que “Os Agentes da Ativa” daria um excelente nome de grupo de pagode? 😉 ). E ainda tinha os gêmeos adjuntos adnominais e adverbiais. Enfim, apontar num parágrafo termos como esses sempre me soou tão aterrorizante quanto impossível.
Sempre desconfiei que nem os professores tinham certeza do que ensinavam, afinal, muitas daquelas classificações sintáticas dependem dos significados de certos termos na frase e sabemos que as pessoas podem entender um mesmo enunciado de formas diferentes e no fim, cada um está com razão 😉
Gerson Sabbá
09 de dezembro de 2010 as 18:12
Excelente. É isso mesmo !
Bianca Leilane
13 de dezembro de 2010 as 23:14
Bom, sou suspeita em dizer qualquer coisa, pois se tem uma parte da gramática que me fascina é a Análise Sintática. Por isso devo discordar de sua opinião, a análise sintática trabalha justamente com a interpretação e o raciocínio, entretanto, isso não quer dizer que seja abstrata a ponto de partir para a subjetividade do leitor. existe sim a duplicidade de predicação verbal, porém, a partir do momento que há essa mudança de transitividade, há também a mudança de sentido que será comum a qualquer leitor. Quando há possibilidade de interpretações diferentes, ocorre o que chamamos de ambiguidade, que é um problema de estrutura frasal, de coerência, de coesão, o que não indica que a análise sintática seja a culpada…rs…é necessário sim que saibamos escrever de forma a evitar os duplos sentidos!
Um abraço!
ronaud
14 de dezembro de 2010 as 9:04
Pois é, uma professora usando termos como “duplicidade” e “ambiguidade” como argumento meio que confirma o que eu penso da análise sintática, não? 🙂
Bianca Leilane
14 de dezembro de 2010 as 22:01
Não senhor…rs…São recursos que existem, mas devem ser usados de maneira coerente e sem exageros!
Bjs!
ronaud
14 de dezembro de 2010 as 22:14
Tá bom, professora!!! 😉
Bianca Leilane
14 de dezembro de 2010 as 22:29
Esse “tá bom” quer dizer que concordou comigo?????????? rs
ronaud
14 de dezembro de 2010 as 22:31
Quer dizer que eu deixo você pensar que tem razão mesmo =D
Bianca Leilane
15 de dezembro de 2010 as 23:14
Tudo bem então, mas vc sabe que no fundo eu tenho razão, né?
Bjs!