Desde criança eu gostava e tinha interesse em entender como a eletricidade funcionava. Ficava desmontando meus carrinhos para tirar aqueles motorzinhos e ficar vendo-os girar ao conectá-los aos pólos das pilhas. Passava horas e horas montando e desmontando engenhocas que nunca funcionavam direito, mas satisfaziam minha imaginação e uma profunda curiosidade a respeito das técnicas com as quais tudo funcionava.

Posteriormente, fiz um curso de eletrônica, onde aprofundei os conhecimentos básicos que adquirira na prática e passei até a consertar alguns aparelhos. Ainda depois, cheguei até a fazer a instalação elétrica de alguns imóveis. E acredite, nunca pegaram fogo 😉

Um bom companheiro

Um bom companheiro

Durante esse tempo todo, tinha também outros interesses. História, Geografia, Física, Química, entre outras áreas. Devorava repetidas vezes os poucos livros disponíveis sobre os tais assuntos. Um certo Almanaque Abril 93 era meu companheiro de muitas horas. De modo que uma certa noção geral dos temas científicos eu tenho.

Bom, onde quero chegar com essa conversa saudosista toda?

Na observação de que muitos capacitadores, educadores, coaches, palestrantes e até gente “entendida” na promoção do crescimento pessoal alheio, quando quer “explicar” certos assuntos metafísicos, utiliza certas comparações entre fenômenos metafísicos e os fenômenos puramente físicos de forma absolutamente superficial e equivocada.

Tudo para eles consiste em “energias”, em “campos eletromagnéticos”, atribuindo a esses fenômenos físicos “super poderes” que não tem. Sem contar a vedete dos últimos anos, aquela que abriu as portas para todas as possibilidades esotéricas ainda não confirmadas pela ciência, que é a intrigante física quântica. E o pobre do leitor/espectador leigo vai acreditando e aceitando sem ter sequer uma base mínima de conhecimento para poder assimilar tais conhecimentos metafísicos criticamente (bom, quem mandou faltar as aulas para ficar jogando bola?)

De um ponto de vista metafísico, já não é novidade que eu creio sim que o mistério da vida e do universo é grandioso e não conhecemos 1% de todas as possibilidades das quais o espírito humano é capaz, tanto do ponto de vista prático, como do ponto de vista espiritual.

Contudo, todavia, porém…

Acho que não seria nada mal que esses pretendentes a entendidos se informassem um pouquinho melhor sobre os fenômenos físicos, tão bem conhecidos pela ciência, para ao menos conseguirem distinguir para si mesmos, o que é, e o que não é, enfim, que estudassem um mínimo de CIÊNCIA.

Por exemplo

Veja bem, particularmente, acredito que a engrenagem de nossa vida diária seja movida pelo que os estudiosos e místicos chamam de lei da atração. Acredito que, do ponto de vista da nossa convivência com as pessoas próximas, semelhante TENDE a atrair semelhante, ou então pessoas que o mobilizarão a utilizar todos os seus recursos íntimos em direção à superação e à auto-realização.

Agora…

Lei da atração não tem ABSOLUTAMENTE nada a ver com magnetismo e muito menos eletro-magnetismo, como vivo encontrando por aí em textos da internet e pior, em livros. Se creio na existência dessa lei da atração, é devido a observações tanto de minha própria vida, como da vida dos que me rodeiam, contudo tenho plena consciência de que a natureza dessa lei nos é totalmente desconhecida. E é desse tipo de consciência que sinto falta em absolutamente TODOS os supostos estudiosos de assuntos metafísicos. Não encontrei ainda um único sujeito que fale dessas coisas e que não troque um pouco as bolas.

Outro exemplo

Outro dia, em um livro de Joseph Murphy, autor com quem muito aprendi, principalmente em relação às grandes verdades orientais que se encontram presentes em vários trechos da Bíblia, encontrei uma de suas metáforas, na qual faz referência ao cobre como uma liga de dois metais. Na hora você cai um pouco em descrédito, porque o cobre não é uma liga. É um elemento metálico puro. Talvez se referisse ao bronze, este sim, produto de dois metais que são o zinco e o cobre. Não sei se foi erro de tradução, enfim.

É sempre prudente que não assimilemos tudo que lemos desses autores como verdade absoluta. Muito do que dizem é sim, verdade, mas enquanto a ciência não confirmar, devemos experimentar os conceitos espirituais e metafísicos antes de os adotarmos como verdadeiros.