Eu não sei, eu posso estar errado, mas tenho um ponto de vista, digamos – generalista – da vida. Uns preferem interpretar o mundo segundo pontos de vista religiosos, outros preferem interpretar o mundo sob o ponto de vista político, e outros ainda, sob o ponto de vista científico. Estes últimos alegam que só a ciência é válida na medida em que pode repetir experimentalmente o objeto de suas teses, enquanto que os primeiros não alegam nada, a não ser que estão certos. Mas desconfio que não há nenhum caminho 100% iluminador. A ciência de fato melhorou nossa qualidade de vida e a religião continua nos reconfortando e consolando naquilo que a ciência ainda não chegou a conclusões satisfatórias. Isso mesmo, a ciência não explica tudo, e acredito que nunca explicará. E as religiões, superstições, etc continuarão aí atendendo os nichos.
Particularmente, acredito que tudo tem alguma razão de ser. Acredito no complemento entre a ciência e a espiritualidade, mas um pouco além da mera questão entre a Teoria da Evolução e o Criacionismo. Até porque na prática, se o mundo se formou em bilhões de anos e somos descendentes dos macacos ou se Deus criou o mundo em 6 dias, descansou no sétimo e nos criou a sua imagem e semelhança, não vai mudar em nada a nossa vida agora. Escolhendo uma ou outra opção, ainda assim teremos inevitavelmente que pular da cama todos os dias, trabalhar e conseguir uns trocados para se manter.
Ideologias não mudam os nossos dias necessariamente para melhor. Há que se analisá-las a fundo, para visualizarmos se os efeitos práticos melhorarão de fato o nosso dia a dia, para só assim saber se vale a pena assumir uma postura ideológica e agir em favor de sua expansão e assimilação por parte da sociedade. Grande parte das ideologias existentes não levam a lugar algum. Nada mais são do que resultados estéticos e pouco profundos da insatisfação e rasa criatividade de alguns.
Procuro enxergar e interpretar as coisas por aquilo que podem acrescentar e melhorar minha vida e a dos demais. Ou seja, valorizo o que dá lucro, mesmo que não seja material. Por isso mesmo nunca assumi e hasteei bandeiras. Uma ideologia tende a se aprisionar em seus próprios limites. O pluralismo de idéias e conceitos tendem a se complementar no que têm de melhor.
A ciência e a espiritualidade nesse aspecto são os temas que mais se intercalam e se mesclam em minha mente. Ao ler o livro de Wallace D. Wattles, aquele que inspirou Ronda Byrne a escrever O Segredo, fiquei encucado com a definição por ele atribuída a Deus. Ele fala da “substância amorfa”, da substância pensante que TUDO PERMEIA e da qual TUDO É FEITO. Imediatamente liguei esses conceitos ao conceito cristão da onipotência, oniciência e onipresença de Deus. Conceitos inegavelmente semelhantes.
Mas a vida está repleta desses conceitos. A ciência atribui a causa das doenças à matéria, às bactérias e outros microorganismos malvados que por acaso resolvem nos prejudicar. A espiritualidade há tempos atribui essas causas ao modo como o próprio indivíduo conduz a própria vida. Modos inadequados de auto-conduta como uma vida de estresse, má alimentação, maus gostos, desconsideração do próximo e principalmente das nossas necessidades e limites tornam nossos organismos vulneráveis a ataques desses microorganismos e então sim, perecemos. NÃO é por acaso. Se Deus é a justiça absoluta, não permitiria que o acaso nos prejudicasse ou nos beneficiasse aleatoriamente e irracionalmente. Até mesmo Einstein concluiu dizendo “Eu não acredito que Deus jogue aos dados com o universo”.
NINGUÉM SABE TUDO, mas ambas, ciência e religião, enriquecem o conhecimento e a vida. A ciência e seu método empírico fala por si só, o que ela conseguiu provar até o momento, está provado e não se pode refutar. Mas principalmente para as questões que envolvem nosso lado HUMANO e subjetivo, as religiões todas nos trazem uma ampla variedade de orientações de conduta, todas mais ou menos apontando um mesmo caminho, o da compaixão e do respeito ao próximo e sobre isso não há o que falar. Acredito que o melhor caminho é utilizarmos o BOM SENSO e tirarmos o melhor que o mundo pode nos oferecer. Quando optamos por um único ponto de vista apaixonadamente acabamos ficando cegos para a grandiosidade e as imensas possibilidades da vida.
lolytta germannota
26 de agosto de 2012 as 9:53
no paragrafo: particularmente,acredito que tudo…qual é o trecho que expressa racionalismo na concepção da vida cotidiana??
Gilmar
15 de agosto de 2016 as 13:08
“Mas principalmente para as questões que envolvem nosso lado HUMANO e subjetivo, as religiões todas nos trazem uma ampla variedade de orientações de conduta, todas mais ou menos apontando um mesmo caminho, o da compaixão e do respeito ao próximo e sobre isso não há o que falar. ”
Cara, isso é uma interpretação sua da religião, que por vez se mostra parte de uma ideologia. Resumir religião a ensinar respeito e compaixão e tirar estes do ambito politico e cientifico é simples e assumidamente ideologico A ciência também como ideologia, está longe de mostrar resultados concretos sobre diversas coisas, e as ciencias humanas estão muito preocupadas tbm com o respeito ao proximo e a compaixão, mas muito além da compaixão e de certos “sentimentos” e normas que são criadas pelas ideologias dominantes, que perpassa pelos interesses religiosos.
A ideologia pode sim somar na vida. Uma vez que vemos sociedades desiguais, onde a ideologia dominante que naturaliza a opressão, é necessário então, criar uma percepção da ideologia inserida, culminando num processo de consciência de si e de classe que por vez se caracterizara como ideologia de uma grupo da transformação.
Não da pra fingir de ingenuo e achar que não estamos sendo ordenados por uma ideologia que tem como intuito homogenizar a humanidade, e a responta controvérsia a esse ponto com certeza só é dado através de outra ideologia.
O texto diz, IDEOLOGIA, NÂO QUERO UMA PARA VIVER e você deixou evidente seus diversos pensamentos ideológicos.