Sejam GENTE, pelamordedeus!

Sejam GENTE, pelamordedeus!

…ou vício em ser idiota?

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O site youpix, especializado nas inutilidades curiosidades da internet, comentou como o uso recente de smartphones pelas pessoas está mudando a estrutura de alguns negócios, em especial, o de restaurantes.

Comenta que como as pessoas costumam perder mais tempo usando os celulares durante a estada no restaurante, seja olhando o whatsapp, seja fotografando as comidas, os funcionários estão tendo que alterar algumas práticas para que tudo continue funcionando a contento.

Eu já caí nessa besteira de ficar fotografando comidas e bebidas para publicar no Facebook. Outros publicam no Instagram.

Fiz isso até me dar conta COMO É RIDÍCULA essa nossa necessidade de APARECER.

E é ridícula porque demoramos a nos dar conta que na verdade, ninguém muito a fim de saber onde você está ou o que você está comendo, por mais lindo que seja. E quando sabem, é mais provável que sintam aquela invejinha, do que uma real felicidade pela sua felicidade.

E se você publica coisas para os outros realmente sentirem inveja de você então certamente você está precisando de ajuda psicológica…

Novos hábitos

Esses novos hábitos, principalmente dos adolescentes e jovens é sempre assunto entre as pessoas com um pouquinho mais de noção.

Acho que esses novos e esquisitos hábitos podem ser divididos em dois: a desatenção com o outro, e a necessidade de atenção do outro.

Desatenção

O modo como preferem ater-se aos celulares mesmo quando estão numa ocasião social, revela seu individualismo e também, sua impaciência com os assuntos alheios e para ouvir os outros. E muito provavelmente, revela sua dificuldade de verbalizar qualquer comentário inteligível e, de conversar, meramente. Nesse sentido, o celular se tornou a grande bolha de proteção entre as pessoas e o mundo.

Mais uma forma de fuga, enfim.

Então o autor do youpix cita o termo “vício em smartphones“.

🙁

Eu entendo isso como vício em ser idiota (porque a mensagem que se passa é a seguinte: Ai como eu sou moderno e tecnológico e ansioso e não vivo sem meu celular, o que não passa de uma grandiosíssima frescura), porque o sujeito tem que ser muito fraquinho (ou mal educado) pra não conseguir compreender as situações em que está e ter o bom senso de largar o celular para dar um pouco de atenção para os outros. Já vi gente por aí dizendo que essa é a doença do nosso tempo:

A ridiculite.

Necessidade de atenção

Por outro lado, embora essa ~ turminha ~ esteja pouco disposta a doar sua atenção para os outros, nunca larga a necessidade de se exibir para os outros. E este hábito ou carência de atenção pode se desdobrar um pouco: Bom, todos nós gostamos e sentimos essa necessidade psicológica de compartilhar o que estamos sentindo ou pensando e mais: todos nós sentimos essa necessidade de nos sentir valorizados, seja pelo que temos, pelo que somos, pelo que sentimos ou pelo que pensamos.

O problema reside nos excessos. Tipo, o sujeito (ou a sujeita) não consegue redigir uma opinião qualquer, com começo meio e fim, mas vive o tempo todo compartilhando fotos: de si mesmo(a), do filho, do cachorro, do gato, da comida, da bebida, da festa, da viagem. Coisas que fazem muito sentido para si, mas quase nenhum para todos os outros contatos de sua rede social preferida.

Então volta-se àquela questão antiga: A pessoa quer atenção, mas não se toca que deve, primeiramente, oferecer algo de valor de si mesma. É gente querendo demais, e pouco disposta a oferecer algo de si.

Falta conteúdo, sobra vontade de aparecer.

Noção de prioridade, excessos e bom senso

Repito: o problema está nos excessos. Compartilhar qualquer assunto desse, de vez em quando, é perfeitamente natural e legal até. Mas encher a timeline alheia de si mesmo na verdade enche o saco dos outros a não ser que:

A – Você seja muito bonito(a);

B – Você seja inteligente e tenha o que dizer;

C – Você tenha bom gosto e compartilhe coisas realmente legais;

Da mesma forma a atenção ao celular, que é perfeitamente legal e uma grande distração para momentos em que se está sozinho, esperando alguma coisa e etc.

Mas a dica é a seguinte: Se alguém estiver por perto, essa pessoa é a prioridade, nem que seja um mendigo. Se essa pessoa estiver falando com você, largue o celular imediatamente. Ele (o celular, e as besteirinhas que estão sendo compartilhadas) pode esperar. Aja como gostaria que agissem com você, que tenho CERTEZA que gosta muito que lhe ouçam quando está falando.