Essa é uma das maiores confusões que ocorre no âmbito espiritualista. Muito por desconhecimento por parte da maioria das pessoas da existência desta diferença, e outro tanto, justamente pela incapacidade de algumas outras compreenderem e aceitarem esta diferença.
Já comentei algo semelhante aqui, ao falar da diferença entre a fé-confiança e a fé-crença.
O fundamento de toda religião é a espiritualidade, isto é, esta reconexão (ou religação) com nossa essência espiritual, em busca de integridade, harmonia e pertencimento a algo maior e mais justo que nós.
Porém assim que a religião se institucionaliza, acaba descambando para questões mais burocráticas, filosóficas, teológicas e sociais. E eventualmente podem continuar como uma forma de promover essa reconexão com o lado espiritual da vida, ainda que por vezes de modo deturpado em relação às suas origens. Entretanto, isso nem sempre acontece, e quando acontece é mais pelas pessoas que buscam essa sintonia, do que pelo que as instituições religiosas possam oferecer.
As religiões, em especial as grandes religiões, por lidarem com questões como poder e salvação, acabam adentrando para alguns caminhos bastante questionáveis e intelectualmente opressores, na medida em que exigem que seus adeptos se submetam a certos dogmas, que são interpretações de como certas questões existenciais devem ser vistas, o que é sempre passível de questionamento.
A espiritualidade, seja na forma que for – religiosa, filosófica, mística, esotérica – permite vários e vários meios para nos permitir essa reconexão com nossa essência divina. Isso ocorre através de rituais, coletivos ou individuais, orações, sacrifícios, meditações, mentalizações, autosugestões, mantras, magias etc e até mesmo terapias as mais diversas.
E de modo geral, o espiritualista autêntico entende, aceita e convive bem com a necessidade de outras pessoas de trilharem caminhos diferentes para o divino, porque sabe que os caminhos são vários, mas o destino é um só.
A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer e querem (ou precisam) ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua voz interior.
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo e a questionar tudo.
Prof. Dr. Guido Nunes Lopes
Religião é o caminho. Espiritualidade é o objetivo.
Religião é sobretudo uma atividade em grupo. Espiritualidade é uma jornada pessoal.
Religião possui um código de conduta, crenças e rituais estabelecidos e fixos. Espiritualidade possui elementos essenciais comuns a todas as religiões, que são o amor ao próximo, a compaixão, a busca por elevação etc.
Religião é um modo de vida. Espiritualidade é um estado pessoal.
Mas sobretudo, vale a pena ressaltar que não há certo, nem errado.
Há apenas caminhos, cada qual com o seu destino, o qual, no final das contas, é o mesmo.
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