O mais importante e incompreendido ensinamento de Cristo

O cristianismo é uma religião interessante sob diversos aspectos.

Alcançou uma influência global e a perpetuou por milênios.

Junto ao Judaísmo, estabeleceu a moral do mundo ocidental e inspirou as mais belas obras de arte que já pudemos conhecer.

O Êxtase de Santa Tereza - Bernini

O Êxtase de Santa Tereza – Bernini

Acertou muito, e também errou muito. A excessiva institucionalização católica burocratizou o acesso ao divino, e a atual fragmentação neopentecostal instituiu a salvação mediante o dízimo, e assim tiraram do foco cristão a mais importante e superior, porém esquecida e incompreendida, mensagem de Cristo.

De modo geral, diante da incompreensão natural da vida e dos problemas, as pessoas nos anos da juventude se afastam do catolicismo, ou do protestantismo, religiões de berço, e vão em busca de outras religiões espiritualistas que lhes expliquem o que não entendem. No Brasil, normalmente se nasce católico e torna-se espírita-kardecista ao longo da vida. Os mais sensitivos ou curiosos acabam se tornando místicos ou ocultistas.

No espiritismo, vão encontrar explicações para as enrascadas em que se meteram, na lei da causa e efeito, associadas à reencarnação. E passam o resto da vida sofrendo, esperando todo o carma acabar nesta vida, para serem felizes com a ficha limpa na próxima vida.

A maior lição de Jesus

Tudo porque não compreenderam com profundidade aquilo que mais se repete, e que menos se compreende, sobre Cristo:

Que ele morreu e ressuscitou para que os testemunhos da época confiassem que sua mensagem era importante e atravessasse os séculos. Que Deus encarnou entre nós para nos transmitir a mensagem da nossa redenção, da remissão do nosso carma; Que ele veio perdoar nossos pecados mediante arrependimento sincero e nosso perdão a quem nos ofende.

“Vá e não peques mais.”

Eu até entendo a dificuldade de compreensão desta verdade, porque ela não tem lógica alguma. Desde criança ouvia que Cristo morreu por nossos pecados e isso não me fazia o menor sentido; o que um sujeito que morreu há 2000 anos tem a ver com o que faço ou deixo de fazer da vida hoje? E que justiça há num perdão assim tão generoso, sem que a pessoa pague pelo que fez? Tal raciocínio é o que torna a lei do Carma – da ação e reação – tão sedutora aos buscadores.

Devido a própria busca juvenil por sentido na vida, aliada à incapacidade das igrejas contemporâneas de tocarem seus fiéis em sua racionalidade, pois ainda falam às multidões através de alegorias, as pessoas acabam se sujeitando à resignação diante dos efeitos do carma, quando tinham diante de si nada menos que o PERDÃO.

Ora, qual é o sentido de continuar pagando por uma dívidacarma – se você realmente compreendeu o erro que cometeu, se arrependeu verdadeiramente, e não mais cometerá o ato?

É bem verdade que os membros das igrejas, católicas e evangélicas, também não colaboram. Costumam se perder em meio aos muitos fundamentos bíblicos, e muitas vezes estão mais preocupadas em manter seus quadros, cumprir rituais, arrecadar dízimos, julgar com profundo moralismo – e até preconceito – seus fiéis, do que em transmitir o mais importante ensinamento do cristianismo, que é o perdão.

“Pelo que, se alguém está em Cristonova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” 2 Coríntios 5:17

É uma pena, porque devido a essas dificuldades das igrejas, elas espantam seus fiéis, e eles passam anos da vida ligados a vertentes espiritualistas, cultuando o próprio carma, se resignando à merda que se tornou a vida deles; e pior, julgando o fardo alheio.

Hoje entendo melhor porque o espiritismo, e também o budismo, apesar de aparentarem ser tão avançados em termos filosóficos, não alcançaram grande projeção no mundo. Pois acabam fomentando a culpa das pessoas a respeito de carmas improváveis de vidas passadas incertas, em vez da maravilhosa mensagem de Cristo de que, a partir do arrependimento e da elevação moral, terão vida nova HOJE.

E devo ainda comentar que a ampla maioria das pessoas que permanecem frequentando as igrejas, passam a maior parte do tempo concentrados na Salvação Eterna, e esquecem que a Salvação é aqui e agora, a permissão que vivam a melhor vida que puderem. Passam uma vida cultivando as próprias culpas, sem entender que o perdão de Cristo é real e efetivo, que depende do arrependimento dos erros cometidos, da renovação da postura num sentido moral, atendendo aos mandamentos, cujo resumo é basicamente respeitar os outros, também perdoando-os por seus erros.

Cristianismo, a religião do Perdão e da Graça

Abaixo, trechos do livro Alegria e Triunfo.

Jesus Cristo nos remiu do peso da Lei Cármica e o Cristo que está dentro de cada ser humano é o redentor e salvador de todas as condições desarmoniosas.

Jesus Cristo nos trouxe a boa nova – o evangelho – da existência de uma lei superior à lei do Carma, e que a transcende completamente.

A lei que liberta o indivíduo da lei de causa e efeito, que é a lei das consequências.

Coloque-se debaixo da graça, e não da lei.

No plano das Graças, o indivíduo colhe o que não semeou, e as dádivas de Deus são simplesmente derramadas sobre ele.

Tudo o que o Reino possui lhe pertence. Esse continuo estado de bem-aventurança aguarda aquele que venceu o pensamento do gênero humano ou o mundo, e que, diante das perseguições, dificuldades e obstáculos, diz no seu íntimo: “Eu sozinho, com Deus, sou maioria.”. No pensamento mundano só há tribulação; porém, Jesus Cristo disse: “Alegrai-vos, venci o mundo”.

A lei do carma que constitui parte essencial dos credos do Oriente é a lei da Causa e Efeito, a qual Jesus se referiu quando disse: “Não julgueis para não serdes julgados. Pois, conforme julgardes, sereis julgados, e com a medida que empregardes, vos será medido”.

Comentário: Existe uma relação direta entre: 1 – o perdão dos nossos pecados (ou dissolução do nosso carma); 2 – o trecho do Pai Nosso que diz: “Perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido” e; 3 – as palavras de Cristo “Não julgueis para não serdes julgados”. Perdoar quem nos ofende significa exatamente parar de julgá-lo. O perdão ocorrerá quando, mediante arrependimento, pararmos de julgar e criticar os outros.

A lei da graça e do perdão, reconciliando-vos com o Criador, produzirá uma completa transformação no vosso íntimo, fazendo de vós um homem novo.

Para vencerdes a lei do Carma e vos colocardes sob a lei da graça e do perdão, é preciso perdoardes a todos, seja o que for que vos tenham feito e seja qual for o motivo que tiverdes para vos queixardes; é preciso que esqueçais não só os erros dos outros, mas também os vossos, por maiores que sejam.

Fundamentos bíblicos do Perdão de Cristo

“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos.” Isaías 53:6

Jesus Cristo, naquela cruz, tomou o nosso lugar, sofreu a nossa penitência. A simbologia da morte de Cristo é que Ele já pagou através de seu sacrifício na Cruz por todos os nossos pecados. Afundados em pecados, estávamos condenados a sofrimentos eternos! Mas por amor, Deus entregou o seu Filho Unigênito e este se fez carne, habitou entre nós, cumpriu a Lei e tornou-se apto para ser o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.” Romanos 5.18

Ele morreu em nosso lugar para abrir caminho ao Pai.

“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.” I Timóteo 2.5-6

Através de Jesus Cristo e Seu sacrifício, o acesso entre nós e Deus foi religado. Isaías 59.2 diz que os pecados fazem separação entre nós e Deus, de modo que Ele não nos ouça. Porém, em Jesus temos remissão de pecados e podemos viver um relacionamento íntimo com Deus através do novo e vivo Caminho que abre um acesso livre ao Pai (João 14.6).

Ele morreu em nosso lugar para sermos participantes de suas promessas e bênçãos.

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito.”
Gálatas 3:13-14

Em Jesus Cristo, somos participantes das promessas e bênçãos de Deus ao povo de Israel. Através de Jesus Cristo, o povo de Deus foi além das fronteiras da Terra Santa e alcançou pessoas de todas as tribos, raças e línguas. Deus, sendo próprio da sua natureza abençoar, derrama o cumprimento das Suas promessas sobre as nossas vidas, incluindo o Seu Espírito.

Ele morreu em nosso lugar, mas a morte não teve poder sobre Ele! Ele está vivo e voltará para buscar o Seu povo!

“Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.” Hebreus 9:28

Ele tomou o nosso lugar na Cruz e por isso, fomos perdoados, remidos, limpos. Agora somos alcançados por Sua graça; por meio dEle, temos acesso direto ao Pai; por meio dEle, somos participantes das promessas e bênçãos feitas a Abraão; por meio dEle, temos a esperança de uma eternidade em glória no céu!

Referência das Citações Bíblicas

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