Encontrei um ebook do Luiz Gasparetto perdido pela web, que é uma transcrição de um de seus cursos. Este ebook tem material para comentar aqui por 10 anos 🙂 Abaixo, cito uma frase das muitas que me chamaram a atenção:
Nós somos espíritos que têm que conquistar a vida material. São dois grandes campos de treinamento: o afetivo e o financeiro. Luiz Gasparetto
De modo geral, toda corrente espiritual tende a nos convencer de que só o que importa são as coisas do espírito, e que portanto devemos fazer o possível para nos desapegarmos das coisas materiais.
Daí vem o Gasparetto e diz exatamente o inverso. Que não devemos viver num mundo material focados no mundo espiritual e sim que devemos adquirir e manter a consciência de nossa natureza espiritual, justamente através da lida com as coisas materiais.
É um ponto de vista bem diferente e digno de dar um nó na cabeça.
Não é errado querer as coisas. Não é errado querer TER o que você quer. Não é errado desejar aquele carro dos seus sonhos, a casa dos seus sonhos, a decoração dos seus sonhos, nem é errado querer ter muito dinheiro. Não é errado brigar pelo que queremos, nem baixar a cabeça quando vemos que o que queremos não é possível.
Tampouco é errado curtir o sexo, curtir o prazer que o corpo proporciona, que as companhias nos proporcionam. Não é errado insistirmos em encontrar uma companhia.
Talvez sim, seja errado querer manter-se sozinho por medo. Aprender e saber se relacionar, eis talvez o maior dos acertos.
Errado é ficar perambulando nesse mundo julgando como errado o que nos é natural.
Num ponto do ebook, o Gasparetto chega a provocar:
Quem tem poder são os materialistas, os espiritualistas são pobres. Como é a qualidade de sua vida? Esse papel de espiritual, bonzinho, leva você para onde? Veja lá para onde as idéias estão te levando. Com sua pretensão espiritual, você está vendo o outro que você acha materialista estar bem e fica falando mal dele, em vez de olhar para o que ele está fazendo.
E aí, você concorda?
RODRIGO NETO
30 de outubro de 2011 as 16:36
Acredito que as pessoas têm objetivos, algumas passam o maior “apuro” pra manter um carro importado, pois o status, a afirmação que o carro lhe proporciona é importante para si. Outros por sua vez pensam em constituir uma biografia, investem mais em viagens, ajudando os outros, etc. Esses fatos todos estão acima do certo e do errado, ou talvez num plano diferente. De certa forma estamos sempre sozinhos nesse mundo, temos apenas a nós mesmos, e com sorte “algum trocado pra dar garantia” de modo que precisamos fazer o que tem que ser feito, e ainda conseguir alguma satisfação pessoal. Essa coisa de felicidade tem que ser colocada em segundo plano, nem sempre o maior objetivo do ser humano foi ser feliz, não obstante a humanidade avançou – muitos dos gênios da humanidade viveram na idade média. Pensa-se: O carro é a afirmação material da virilidade masculina, como é possível? Com as rodas cada vez maiores, faróis que cegam e passam um ar de olhar raivoso, o som nem se fala… Mas, vai saber a história do dono. Vai que ele tem a auto estima baixa e transfere, compensa com o bem material(rsrsrs). Por outro lado não raro ouvimos ” (indivíduo) não tem nada” mas vá saber a biografia, talvez seja das mais ricas ainda que não tenha sido de episódios felizes. Viemos para aprender e façamos isso. Materialistas ou espiritualistas temos que calar mais, ouvir mais, prestar muita atenção. E julgar pouco! Falei demais. Tomara que se possa aproveitar algo disso que escrevi. Palavras.
jorge luis
23 de outubro de 2012 as 8:29
Não acho errado desfrutar de uma vida confortável, desde que esse conforto seja adquirido de forma honesta sem defraudar ninguém, mas quem é espiritual nao fica cobiçando e falando mal de quem tem posses materiais, a pessoa que assim age demonstra sim falta de espiritualidade, portanto achei meio infantil a colocação dele… seria interessante saber o que gasparetto entende por espiritualidade, creio que isso nao é renunciar aos bens materiais, mas sim nao dar mais importancia do que eles efetivamente têm..
Jorge Luis