De vez em quando, AINDA encontro gente que acredita no diabo.
Gente já com uma certa idade, com uma certa inteligência, o que me surpreende mais ainda, já que lá pelos 14 anos eu já havia entendido o caráter fabuloso, isto é, típico de fábulas infantis, da figura do diabo.
Sei que a maioria das pessoas acredita, mas no meio em que eu convivo, essa crença é entendida apenas como uma… crença.
Ora, o diabo tem para as igrejas cristãs a mesma função psicológica que têm o bicho-papão para os pais: conseguir certos comportamentos através de certas ameaças, seja aos fiéis, seja às crianças.
Nas igrejas ele também tem outra função psicológica: assumir a responsabilidade e a culpa por todo o mal que as pessoas possam cometer. De certa forma isso é positivo, na medida em que “ele” carrega para si todo o peso da culpa pelos pecados das pessoas, permitindo a elas algum alívio espiritual. Mas também é negativo na medida em que tira delas a responsabilidade de melhorar e agir melhor.
Certamente existem, no plano espiritual, entidades AINDA malignas, beirando o diabólico, mas tão humanas quanto eu ou você. São entidades que certamente já passaram por este mundo físico e agora, desencarnadas, estão perdidas no meio do caminho da evolução.
Mas não ficarão nessa condição eternamente. Um Deus perfeito e misericordioso não permitiria.
Admitir a existência do diabo e da danação eterna no inferno, seria admitir que um Deus perfeito realizou uma criação imperfeita.
Padre Quevedo diria: Isto non ecziste!!!
O mal não existe por si, ele é apenas a ausência do bem, assim como a escuridão é a ausência da luz.
Só a luz existe.
Só Deus existe.
E uma parte do que vemos como “mal” são apenas manifestações de ausência divina, que servem para nos mostrar a importância do bem.
Assim como a noite nos lembra constantemente a importância do dia.
A outra parte que vemos como “mal” não é mal. É a nossa birra em subir os degraus que temos de subir para a nossa evolução.
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Veja uma pesquisa mais completa sobre as origens deste ser mitológico
Ari
15 de janeiro de 2014 as 20:13
O Diabo, satã, Lúcifer, demônio, chupa cabra, fantasmas e OVNIS são fruto da mera inspiração humana. A história insiste em mostrar que o único mal que assombra a humanidade é a ignorância. Vale até o velho jargão: “mente vazia é oficina do diabo”. É um estado de consciência, mantido por pessoas que preferem empedrar conceitos ao invés de ir em busca de algo novo, esclarecedor. São as mentes fechadas, os fundamentalistas os seus maiores divulgadores. É a criação da mitologia e posteriormente da bíblia reforçada no mundo moderno pela igreja.
Bom senso e senso comum, duas coisas que separam pessoas que acreditam no “coisa ruim” das que não acreditam. Aliás sempre tive o senso comum como “um demônio” na sociedade.
Ronaud Pereira
16 de janeiro de 2014 as 10:29
Perfeito, Ari. Penso que é “mais fácil” ficar parado, crendo num ser maligno e adotando certas práticas para evitá-lo, do que enfrentar o desconhecido. Quem assume crenças prontas está indo pelo caminho mais fácil. Não é necessariamente errado, nem todo mundo “nasce pra filósofo”, mas certamente deixa-se de conhecer visões mais interessantes e limita-se a visão de mundo. Um abraço!