Diante de fatos mundiais como estes recentes, tais como a Pandemia, guerra na Ucrânia e agora a guerra em Israel, surgem os conspiracionistas com suas respostas definitivas e profundas sobre a motivação oculta de tais fatos.

Será?

Será?

Eles partem da premissa de que há indivíduos poderosíssimos no mundo, que conduzem as movimentações das massas conforme seus desejos ambiciosos e quase sempre plutocráticos.

Veja: Não é porque algo faz sentido, que é verdade.

Eu parto da premissa que o mundo é complexo demais para ser controlado.

Qualquer um que tenha empreendido algum projeto sabe o quanto as coisas podem dar errado, imagine a nível global.

E para além da complexidade do mundo e do comportamento imprevisível das massas, eu vejo que as pessoas em geral, e nem mesmo os líderes, são tão inteligentes quanto os conspiracionistas querem acreditar.

Por que procurar conspiração quando a estupidez pode explicar quase tudo?
Johann Wolfgang von Goethe

O curioso, é que, diante deste meu ceticismo, os conspiracionistas também tem a resposta:

“É assim que ELES querem que você pense”

O conspiracionismo é muito semelhante ao fanatismo religioso e ideológico. É uma credulidade exacerbada numa visão das coisas em que uma entidade oculta, poderosa e maligna é responsável pelo mundo ser um lugar ruim, tais como o Diabo, o Encosto, o Capitalismo, os Bilionários, os Comunistas ou os “Donos do Mundo”.

É óbvio que algumas “conspirações” são reais, e nesse caso, não são conspirações, são as próprias relações de interesse acontecendo, especialmente as do segmento corporativo e financeiro.

E aqui ocorre a conspiração inversa. Por exemplo, é óbvio que a indústria farmacêutica aproveitaria de forma oportunista para faturar bilhões em cima da pandemia, fornecendo uma vacina rápida, ainda que ineficiente (a conspiração reside na hipótese de que foi a própria ind. farmacêutica que criou a pandemia). A conspiração inversa é essa massa de gente realmente acreditando que a indústria farmacêutica realmente se preocupou em “salvar vidas”… e não em encher suas contas com bilhões de dólares.

Faça-me o favor!

Há sim interesses em jogo no andamento das relações mundiais, entre países, empresas e pessoas. Principalmente financeiros. Os atores mundiais realmente agem de acordo com seus interesses. Mas isso nunca vai significar que eles consigam alcançar seus intentos deliberadamente, o tempo todo, e sem falhas.

Empresas surgem, crescem, enfraquecem, e quebram. Impérios nascem, crescem, dominam meio mundo, se fragilizam e desintegram… e esse processo envolvendo nações levam séculos. Às vezes sua conspiração nada mais é que uma foto em meio a um longo filme retratando nada mais que o processo comum de surgimento, desenvolvimento e desaparecimento das organizações humanas.

As coisas boas acontecem quando são planejadas e as más por conta própria.
Philip Crosby

Veja também: Conspiração para quê?