A maioria dos leitores deste site devem saber que vivo de renda online gerada pelo sistema de publicidade Adwords / Adsense do Google.
Faz bastante tempo que não escrevo sobre este tema. Porém ultimamente conclui diversas constatações a respeito deste segmento e venho aqui compartilhá-las com os interessados.
SEO
A primeira constatação, é que o segmento de SEO, isto é, de adaptação de sites para aparecerem no Google, funciona muito às escuras. Embora os estudiosos da área tentem dizer o contrário, SEO não é uma ciência exata. Há várias práticas recomendadas, mas não há qualquer precisão. Cada editor tem a sua experiência, e as conclusões que o pessoal que lida com isso vai conseguindo, derivam de uma observação de causa e efeito nem sempre corretas.
Por exemplo, o sujeito efetua algumas mudanças em seu site e então, nos próximos dias, o mesmo apresenta alguma melhora nas estatísticas de acessos. O sujeito fica crente de que a melhora se deve às suas últimas alterações, mas… NÃO HÁ NADA que comprove que foram elas que proporcionaram o aumento de seus acessos, porque esse aumento pode ser consequência de inúmeros outros fatores: alterações no algoritmo do Google, uma oscilação temporária no posicionamento dos resultados das buscas, um link recebido de algum site importante, um concorrente que foi punido, ou que jogou a toalha, etc.
Rodízio nos resultados
Haverá quem possa rir dessa afirmação, mas estando há alguns anos com vários sites no segmento de frases, não hesitaria em afirmar que os resultados do Google para nichos muito concorridos, cujos sites e conteúdos são praticamente os mesmos, apresentam um certo rodízio. Quem hoje está na primeira posição daqui a alguns meses vai cair para o meio da página e algum felizardo, dos muitos que estavam ali pelo meio da página vai ser exibido na primeira posição. Essa própria ideia de rodízio confirma minha visão que nem sempre uma queda configura uma punição por algo que tenha sido feito no site. A queda não passa de uma mera oscilação, ou revisão, dos resultados das pesquisas. Pelo que se vê, altos e baixos não são uma peculiaridade da vida offline, mas também, da vida online. Então o mais sensato é esperar os “baixos” passarem e aproveitar bem quando vierem os “altos”.
Trocas de links
Agora, recentemente, concluí em definitivo o quanto links de outros sites apontados para o seu site são FUNDAMENTAIS para um bom posicionamento: Uma certa página minha, relativamente importante, possuía uns 6 links de outros sites meus apontando para ela. Achando que esses links eram inúteis, removi-os. Aconteceu o óbvio, o posicionamento dessa página caiu uns 30% nos resultados do Google. Detalhe: eu havia esquecido dessa remoção e atribuí a queda à uma oscilação natural do Google. Depois que lembrei da remoção dos links, me dei conta da burrada que fiz.
Há uma certa unanimidade entre o pessoal que lida com SEO de que trocas de links (link schemes) são negativas. Mas não, elas não são necessariamente negativas. As próprias diretrizes do Google afirmam:
A seguir, temos exemplos de esquemas de links que podem influenciar negativamente a classificação de um site nos resultados de pesquisa:
[…]
Fazer muitas trocas de links (“Adicione um link para mim, e eu adiciono um link para você”)
Observe que as diretrizes afirmam que apenas MUITAS trocas de links PODEM ser punidas, e não que toda e qualquer troca de links sofrerá alguma penalização nos resultados das buscas.
Tenho um contato com um rapaz que é concorrente no segmento de frases com quem trocamos alguns links. Ele tem um único site e troca links a torto e a direito. Resultado: Ele está MUITO bem. Um outro conhecido chegou a comentar que o site daquele rapaz vai cair. Eu tenho minhas dúvidas.
Lembro muito bem da época em que meus sites foram atingidos por uma atualização do Google chamada de Panda. Na neura de estar sendo punido pelos excessos de links entre meus próprios sites, lá fui eu e retirei a maioria deles. Mais uma vez, aconteceu o ÓBVIO: o número de acessos caiu ainda mais. Por quê? Porque a queda inicial promovida pelo Panda não se devia às minhas trocas de links entre meus próprios sites. E eu jamais vou saber a que aquela queda se deveu. Porque o Google é assim: Ele não vem e diz: Olha, o teu site caiu por isso e mais aquilo. E pra piorar a compreensão: Alguns meses depois dessa queda assustadora, os meus sites atingiram um pico de acessos muito superior à atualização do Google Panda, o que fez de 2012 o ano mais próspero para mim, até então…
Vai entender…
Por isso repito: Precisamos estar muito atentos para não atribuirmos aos nossos bons ou maus resultados causas as quais não temos como averiguar. E em se tratando de SEO, a verdade é que NUNCA temos como averiguar.
Spams
Outro equívoco dos especialistas em SEO é crer que encher uma página de palavras-chave (keyword stuffing) é spam. Não necessariamente. Spam é sua página falar de carros e você encher as meta-tags com palavras como sexo, mulheres, etc. Mas se sua página fala sobre carros e você a entope de palavras-chave relacionadas a carros, então você não está fazendo spam, ao contrário, está ajudando o google-bot a entender do que se trata sua página.
Show me the money
O Google volta e meia me manda sugestões para mudar tal bloco de anúncio para outro formato, ou coisas assim, que então meu faturamento naquele bloco pode aumentar 20%. Acho bobagem. Bastaria ele posicionar melhor ALGUNS dos meus sites e meu faturamento alcançaria 200% ou (bem) mais. O que eu quero dizer com isso? Que lidar com o adsense é muito simples: Alguns blocos grandes acima da dobra do navegador, uns blocos de links espalhados pela página, um esquema de cores padrão e pronto! não perca mais tempo com isso. Gaste seu tempo e energia conseguindo ACESSOS. O que vai te dar lucro é GENTE no seu site. Essas minúcias técnicas com as quais os especialistas adoram lhe amedrontar não passam de distração para o que realmente é importante: As primeiras posições nos resultados do Google.
O mesmo ocorre no segmento de afiliados no Brasil. Há hoje em dia dezenas de empresas e sistemas de afiliados. A pompa é grande, mas dinheiro grande, que é bom, nada! Já tentei a maioria deles. Ao menos no meu segmento, TODOS apresentam resultados pífios. O único sistema de afiliados verdadeiro – leia-se: que dá dinheiro – no Brasil atualmente chama-se ADSENSE.
Oi, eu tenho um blog
Querer viver só de BLOG atualmente é loucura. Há vários e vários textos falando sobre isso e tentando ensinar o caminho das pedras. É bobagem, não acredite. Há exceções, sim, mas são raríssimas, de gente muito competente numa certa área onde role algum dinheiro e que começou na hora certa. Fora isso, quem ganha dinheiro com publicidade online atualmente é gente que tem centenas de sites, a maioria de conteúdo estático (sem publicações regulares, como num blog).
Neste segmento, dizem que conteúdo é o rei. É, e não é. Uma experiência recorrente nos meus blogs e de conhecidos, é que quanto mais você escreve, e quanto mais posts publica, menos acessos você tem. Não entendeu? É simples: Há 3 anos eu tinha metade dos textos que tenho neste blog, e tinha o mesmo número de acessos. Vou explicar de novo: Hoje eu tenho O DOBRO de textos, e meus acessos se mantém os mesmos. Um conhecido está apostando alto – e caro – num site para mulheres e a conclusão dele é a mesma: muito esforço pra pouco retorno.
Há uma conversa recorrente de que o Google tende a valorizar cada vez mais conteúdo autêntico e trazer para o segundo plano sites de qualidade mediana ou baixa. O Google certamente pode estar tentando seguir por esse caminho. Mas a verdade, é que não está conseguindo. Há cada tranqueira nas primeiras posições, mesmo atualmente, que é difícil acreditar no contrário. E não digo só pelos meus sites, mas sites de outras pessoas, com conteúdo BOM, que mal alcançam a primeira página dos resultados.
Mesmo assim, se você for otimista, eu diria que para viver de blog atualmente, precisaria do seguinte:
– Começar o blog com alguma atividade paralela remunerada, pra pagar suas contas enquanto o blog não deslancha, pois um blog leva tempo para se estabelecer.
– Escolha um nicho bem consumista: carros, saúde, imóveis, turismo, moda, tecnologia, isto é, nichos onde tem gente investindo MUITO dinheiro em publicidade; nichos que sejam representados por produtos vendáveis. Não faça como eu, escolhendo o segmento de frases e auto-ajuda, que tem alta demanda de busca, mas pouco dinheiro envolvido.
– Seja qual for o nicho escolhido para o seu blog, escolha um cujo tema você AME de paixão. É o único meio de se livrar do fardo do trabalho e viver de uma ocupação que você faria de graça. Até porque será um martírio para você ter que lidar diariamente com um tema que não goste.
– Aprenda TUDO que puder sobre técnicas de publicação de sites: HTML, PHP, CSS, WORDPRESS, SEO, Marketing online, etc. A não ser que você seja muito bom e tenha muita sorte, dificilmente a renda inicial do blog vai poder manter um web-designer pra cuidar desses detalhes pra você. Se você não gosta ou não tem paciência para assuntos técnicos, e não tem dinheiro para pagar um web-designer, desista.
Vender: A atividade que verdadeiramente dá dinheiro
Quanto melhor for o nicho escolhido, do tipo que envolve produtos vendáveis, maior sua chance de se dar bem, principalmente com os programas de afiliados que critiquei anteriormente. Para o segmento de frases e afins, os programas de afiliados são péssimos, porque o povo que procura frases tende a ser jovem, a não ter muito dinheiro, ou está ali se distraindo, sem intenção de gastar. Agora pense por outro lado: Vamos supor que você tenha um blog que faça resenhas dos seus gadgets (celulares, tablets e outros). Então nas páginas de suas resenhas você coloca um link de afiliado que vende exatamente o produto resenhado. Suas chances de vender são grandes, não? Porque a pessoa que procura sua resenha provavelmente está com dinheiro e está bem interessada em adquirir o produto. Seu público será altamente específico e de poder aquisitivo considerável.
Vender produtos online ainda é a forma mais efetiva de se ganhar dinheiro pela internet, depois da publicidade online. Algumas empresas oferecem ótimos sistemas de e-commerce a custos mensais super acessíveis, de modo que você não vai se incomodar com manutenção técnica de seu site. Seu trabalho será conhecer os fornecedores, cadastrar os produtos e revender, investindo na divulgação da sua loja virtual, através do facebook, twitter, adwords ou email marketing. Há hoje em dia lojas virtuais dos mais variados segmentos: eletrônicos (maioria), bijuterias, artigos para pesca, luminárias, decoração, artesanato, sex-shop, sebos, etc.
Infoprodutos. Funciona?
Há uma outra categoria de produtos para se vender na internet que são os infoprodutos. São ebooks, isto é, livros eletrônicos que ensinam a fazer alguma coisa; são como manuais. Eu tenho um: Um livrinho digital sobre Autoestima o qual reúne de forma ordenada e facilitada para o comprador todo o conteúdo – e mais um pouco – que já escrevi neste site sobre autoestima, e que volta e meia me rende uns trocados.
Porém a maioria dos vendedores desses infoprodutos vendem ebooks que ensinam como vender ebooks na internet. A coisa é muito próxima do esquema de pirâmide. Vendem pouco, por muito. Tem muito picareta e aventureiro nesse meio. Eu tenho dó de quem se arrisca a pagar 100, 150 reais por meia dúzia de ebooks mal escritos e mal formatados cujas informações já estão disponíveis na internet. O marketing que eles usam é abusivo e mentiroso. Prometem ganhos altíssimos que só quem está no ramo há um bom tempo e tem uma boa experiência pode alcançar. E a verdade é que é preciso uma certa habilidade técnica para lidar com internet. Um certo tino comercial também, além de muita dedicação e comprometimento. Nem todos vão conseguir implantar e manter esses sistemas, seja por inabilidade ou por preguiça mesmo, além de que para de destacar nesse segmento, é importante se diferenciar e criar produtos diferentes, em assuntos diferentes.
Nesta página, o Altieres Rohr define com precisão o que acontece nesse segmento de “ganhar dinheiro na internet”:
No esquema de pirâmide o objetivo é vender a mesma coisa que comprou e várias vezes. Então existem “cursos de ganhar dinheiro na internet” em que o “curso” ensina você a vender o próprio curso de ganhar dinheiro na internet (que em geral é apenas arquivos PDF), que só ensina a vender o curso de ganhar dinheiro na internet. Compreende o problema? É uma cadeia fechada. Em um determinado momento, não haverá mais pessoas na Terra para comprar o dito curso, e todos aqueles que compraram o curso por último – que não tem utilidade nenhuma – sairão perdendo.
Um sujeito que afirma ganhar quase 100.000,00 reais por mês “criou” diversos sistemas de marketing e dividiu-os. Um deles por exemplo tem cerca de 10 módulos, cada qual vendido separadamente a um preço considerável. O desavisado ansioso pra ganhar dinheiro com a internet vai e compra dois, ou três módulos. Tenta, mas como é novato, vai fracassar, e lá vai comprar outros módulos acreditando que o segredo está lá. Enfim, há uma pressão por se adquirir todos os módulos, para não correr o risco de fracassar por perder aquela informação importante que pode estar naquele módulo que não foi comprado.
Pra mim isso é jogar sujo.
É como se eu dividisse o meu livrinho sobre autoestima, que custa 15 reais, em três módulos, cada qual também a 15 reais. A pessoa compraria um, leria, e, continuando infeliz, compraria outro e ao ler e continuar infeliz, pensaria: mas será que a luz que preciso não está no terceiro ebook? E no final das contas, compraria e continuaria infeliz, porque o caminho para melhorar a autoestima é demonstrado nos ebooks, mas de nada vai adiantar se a pessoa não decidir trilhá-lo e mudar o que precisa ser mudado. Enfim, não me sentiria bem ganhando dinheiro fazendo as pessoas de bobas. Pior ainda em relação ao sujeito que promete sucessos que, na verdade, são para poucos, por uma simples questão de habilidades e competências.
Eu ACHO que não funciona
Minha grande dificuldade com o Marketing Digital desde sempre foi o que vender, especialmente porque a saída mais “fácil” seria tentar revender infoprodutos. Porém ao pesquisar esses infoprodutos, reforça-se em mim uma visão difícil de mudar que é a crença de que eles servem só pra arrancar dinheiro dos outros se prevalecendo sobre a angústia dessas pessoas, e não pra ajudá-las efetivamente.
Tipo esses infoprodutos pra emagrecer, celulites ou impotência… São coisas que claramente não funcionam, ou dependem demais da pessoa para funcionar, e elas compram mas acabam largando de lado sem o resultado que queriam.
Continuam infelizes e angustiadas com suas condições – acima do peso, com celulites ou impotentes – e com 100, 200 ou várias centenas de reais a menos nos bolsos.
Acho que dinheiro ganho assim, vender por vender, não importa o quê, não é louvável.
Conclusão
Não acredite em contos-de-fadas. Não acredite em “segredos revelados” e propagandas marketeiras demais, com letras grandes e imagens impactantes de carros luxuosos, mulheres bonitas e uma vida de rico. A riqueza não vem por acaso e não vem por pouco. Sua riqueza cresce na medida em que você cresce como ser humano. Se o que vendem fosse realmente efetivo, estariam ocupados em aplicar seus conhecimentos, e não em dividi-los com você.
Também em relação ao SEO, publicidade e marketing online, tenha sempre um pé atrás com o que é dito por especialistas. Especialistas de SEO costumam manter um discurso certinho publicamente, mas todos tem lá suas dezenas de sites com técnicas bastante questionáveis. Enquanto usam esses sites para experimentos, vão ganhando muito dinheiro. E enquanto eles vão se dando bem, você segue aí morrendo de medo de trocar meia dúzia de links ou pôr umas palavrinhas-chave a mais na sua página, entre outras técnicas “questionáveis”.
Fica esperto!
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Veja também um segundo texto sobre o assunto.
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