Hoje tive uma alegria: Decidi parar de atualizar essa grande imbecilidade chamada twitter.

Como várias funcionalidades da internet, o twitter é algo interessante, mas completamente inútil. É perfeito como distração e entretenimento para jovens antenados. Ou para gente famosa se manter em evidência – pagando alguém pra atualizar o perfil. Mas – até parece conversa de gente antigaquem tem o que fazer na vida, não tem tempo para essas coisas.

Até que tentei utilizá-lo como stream de pensamentos rápidos aqui na lateral do site. Mas aquilo ali tava me incomodando.

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Há pessoas que amam e são viciadas no twitter. Há todo um ecossistema em torno do site de microblog com centenas de outros sites que o complementam, que o leigo nem imagina que exista. Mas pra usar e “se comunicar” com as pessoas, você tem que estar conectado o tempo todo. Seja no desktop ou no celular. Você acaba se tornando escravo de algum dispositivo qualquer. Mas pra mim não é natural, nem normal, seres humanos passarem a depender exclusivamente de dispositivos para se comunicarem com os outros.

É até aceitável, mas quando esse tipo de postura domina a vida da pessoa, acredito que há algo de errado. Hoje mais cedo, navegando pelo site, encontrei dezenas de pessoas num diálogo frenético, quase sempre sobre inutilidades, quando não, tentando mudar o mundo de dentro de seus quartos através de hashtags, sob o que convencionou-se chamar de #sofativismo. E minha reação  diante disso foi o tempo todo de estranhamento. Não quero ser igual a elas. Não posso considerar o twitter algo sério; algo que produza valor para os outros. Suspeito que quem tem um mínimo de autocrítica, jamais criaria um perfil no twitter.

Tendo se tornado o ponto de encontro de gente metida a inteligente, o twitter é o lugar onde mais se lembra de assuntos como racismo, machismo e homofobia. Não que esses assuntos não tenham importância, mas prefiro deixar essas bandeiras com gente mais comprometida. Já tenho os meus próprios problemas pra cuidar. Sempre soube que o mundo anda repleto de barbaridades; não preciso estar ciente de cada uma delas o tempo todo.

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Nesta espreitada que dei mais cedo na conversa alheia, encontrei o seguinte comentário: “Como tem gente ignorante, e sem noçao na internet” (sic).

Não!

…tem muita gente ignorante e sem noção NO MUNDO, e a maioria está FORA da internet. Se você sair mais de casa, vai encontrá-la aos montes. Mas o barato da vida vai pelo sentido contrário: Encontrar gente legal, amigos, de verdade, carne e osso, lágrimas e sorrisos, essas coisas.

Outra desvantagem do twitter é aquele maldito limite de 140 caracteres. Já perdi algum tempo lá tentando adaptar um pensamento qualquer pra caber naquele limite. É muita vontade de se auto-limitar para o meu gosto. Alguns defendem esse limite como um estimulo à nossa capacidade de síntese. Há justificativa pra tudo nesse mundo…

Para fechar, cito Saramago em entrevista ao jornal O Globo:

“Jornalista: O senhor acompanha o fenômeno do Twitter? Acredita que a concisão de se expressar em 140 caracteres tem algum valor? Já pensou em abrir uma conta no site?

Saramago: Nem sequer é para mim uma tentação de neófito. Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido.”

Não sei brincar… não desço mais no play.

Mas também não sou o único:

É só eu que acho o twitter uma idiotice?