O valor de um aluguel costuma cair naquela situação inusitada:
É muito para quem paga, e é pouco para quem recebe.
Para quem recebe, o valor de um aluguel proporcional ao valor do imóvel costuma ser muito baixo, normalmente de menos de 1% do valor total do imóvel, muitas vezes, menos de meio por cento.
Praticamente o mesmo rendimento da poupança, levando em conta a situação em que ele fica sempre ocupado, o que nunca acontece.
Arredondando valores para facilitar o raciocínio, pense comigo:
Você imobiliza no imóvel um montante de 100.000 Reais, para, quando e se você alugar, receber por este “investimento” somente 500 reais mensais. Se o imóvel ficar ocioso, você não recebe nada. Se o inquilino destruir o imóvel, como acontece frequentemente, ou deixar de pagar uma conta qualquer como energia elétrica, imposto ou condomínio, você ainda terá que retornar parte do aluguel obtido para reformá-lo ou sanar as dívidas pendentes.
QUASE que não compensa.
Se deixar na poupança, você vai ganhar uns 450 reais (2019), limpo e sem incomodação, o que seria perfeito se, diferentemente do imóvel, o capital na poupança se reajustasse e sobre-valorizasse da mesma forma como os preços dos imóveis se reajustam, ao longo dos anos.
Já para quem paga o aluguel, o pobre do inquilino, é um montante mensal considerável que é quase que um dinheiro jogado fora, uma vez que não há qualquer retorno financeiro sobre o valor pago.
Isso acontece basicamente porque a renda no Brasil é muito baixa e o preço das coisas, proporcionalmente, muito alto.
Um exemplo que me chamou a atenção durante as obras: Uma torneira simples, de qualidade mediana, custa entre 60 e 70 reais.
SÓ. A. TORNEIRA.
Multiplique esta carestia para cada um das centenas de itens que compõe a estrutura de um imóvel.
Tempos atrás, enquanto criava minhas kitnetes, fui comprar um conector de cerâmica para fios elétricos. O velho muquirana da loja me cobrou QUINZE REAIS por uma pecinha cuja fabricação não deve custar UM real. Fiquei revoltado e indignado, comprei porque era urgência e nunca mais voltei naquela loja, porém, assim são os preços dos materiais de construção no país, caríssimos.
O comerciante acha que quem tem dinheiro para investir em imóveis é rico e pode ser extorquido.
Por isso, nós, proprietários, que diga-se de passagem, somos no final das contas os responsáveis legais pela manutenção do imóvel, nos obrigamos a cobrar valores aparentemente exagerados por certos imóveis.
A mera manutenção do imóvel, pra deixá-lo ajeitadinho pro inquilino chegar e morar, custa horrores e dores de cabeça.
Localização
Claro que neste meu comentário, não estou levando em conta a localização do imóvel, quando se aplicam sobre ele as leis de mercado que valem para qualquer produto, quanto mais raro e mais gente querendo, mais o preço sobe.
Normal, paga quem pode.
Tô pagando
Quanto ao inquilino, ao menos na maioria das regiões, há sempre muitas ofertas de imóveis. Ele deve escolher aquele que melhor se adeque às suas necessidades, inclusive no quesito qualidade das instalações e também no jeito do proprietário de tratá-lo.