Texto atribuído a Renan Haas
Não sou de assistir MMA, mas a luta de ontem entre a Ronda Rousey e aquela brasileira ridícula diz muito sobre nosso estado de indigência civilizacional. E é isso mesmo. O esporte, enquanto simulação de guerra, traz à tona as qualidades e defeitos de um determinado povo, e costuma espelhar seu momento político e cultural.
A figura de Bethe Correia – desnecessariamente raivosa e desbocada, tecnicamente despreparada e pretensamente espontânea – entrando no tablado ao som de “beijinho no ombro” e carregando a onipresente bandeira nacional, é a cara desse Brasil deslumbrado com as redes sociais , abobado diante de seu contato com o novo e desesperado por atenção e aceitação internacional.
O humilhante nocaute de Ronda sobre nossa “brasileirinha” encontra paralelo no 7×1 do Mineirão, no Cristo Redentor decolando na Economist, no pito ao “anão diplomático” proferido pelo embaixador de Israel, nas “lições” de economia dadas por Lula ao primeiro mundo durante a crise de 2008, em sua tentativa de resolver o conflito Israel/Palestina na base do acordão (como se conflitos históricos tão profundos pudessem ser dirimidos via loteamento de cargos em estatais), nos acordos vexatórios com a China, na postura imbeciloide dos jogadores de futebol em redes sociais, nas já esquecidas “sambadinhas” de Barrichello no pódium da F1, no desprezo de Merkel por Dilma, na marolinha de Lula, na ginga de Anderson Silva antes da porrada de Weidman, na perda de investimentos externos para nossos vizinhos do Peru, Colômbia e México, na Cláudia Leitte (com dois T’s) cantando na abertura da Copa, no fuleiragem do finado Orkut, nas vaias aos hinos estrangeiros durante o Pan (alguém lembra?), na Regina Casé, nas propagandas do PT e na pretensiosa ideia de que um país pobre onde 60 mil pessoas morrem assassinadas todos anos tem “algo a ensinar” para o mundo.
Não temos.
Sejamos mais humildes e aprendamos a lição de Ronda, Schweinsteiger, Merkel, Weidman, Cameron, Yigal Palmor, Uribe, Schumacher e outros tantos. O mundo dá de ombros – e sem beijinho – pra nossa arrogante incompetência.
Rosemille Alencar
13 de setembro de 2015 as 10:50
😉