Eu não encontro palavras para descrever a perplexidade que toma conta de mim ao observar essa verdadeira alucinação coletiva que o medo de um vírus provocou nos governantes do mundo inteiro.

Os números são a única forma de ler a realidade com a real dimensão de seus fatos.

Para demonstrar o exagero do qual estamos sendo vítimas, vou usar números de Santa Catarina.

Somente em 2020, de 01 de janeiro até dia 11 de abril, tivemos:

21 mortes provocadas pelo covid-19

234 homicídios – Fonte: SSP-SC

~364 mortes no trânsito – Fonte *

Você consegue perceber a disparidade?

Tivemos cerca de 600 mortes por outros motivos além do covid até março (fora todas as outras mortes por outros motivos) e ninguém cogitou parar a sociedade para “preservar a vida”.

Relativizar mortes é chato, desconfortável. A morte de alguém, seja pela causa que for, é evidentemente indesejada e me causa sempre grande consternação. Mas elas acontecem. Pois bem…

Por causa de uma mortalidade pequena, de um vírus, paramos a sociedade.

Veja bem, mesmo que essa mortalidade pelo covid decuplique, ou seja, vá para 210 mortes, ainda assim não supera a morte por homicídios, muito menos as mortes por acidentes de trânsito.

Isso que eu nem citei as mortes por outros motivos e doenças, cuja informação é de difícil acesso.

Bastou os primeiros casos e prefeitos das cidades aqui vizinhas já andavam pelas praias com carro de som espalhando pânico, pedindo pras pessoas irem pra casa, estrangulando os comércios.

Minha conclusão é o meu desconforto em ver o meu destino e o destino da sociedade – e digo isso a nível mundial – nas mãos de uma mídia sem escrúpulos, sedenta por audiência, e por governantes completamente crédulos, passionais e despreparados, a quem não passa pela cabeça ler a realidade através de números, estatísticas e proporções.

Leia também: Quantas pessoas morrem por dia no Brasil?

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* Estimativa projetada para os 3 primeiros meses do ano – 91 dias – através da informação de 1 morte a cada 6 horas em SC. Este número deve ser menor devido ao início da quarentena em março, mas está aí para fins de demonstração.