Fica quieto gringo

Dias atrás, compartilhei este texto pedindo enfaticamente que quem pudesse, tirasse um tempinho pra ler:

Umar Carta Aberta ao Brasil – Mark Manson

Resumidamente, o autor diz que o problema do brasil é a mentalidade do brasileiro médio, esta mesma mentalidade que fomenta o famoso e deplorável jeitinho brasileiro, através do qual o sujeito pensa muito em obter benefícios fáceis para si mesmo e pensa muito pouco na coletividade.

Esse texto viralizou mesmo – mais de 300 mil pessoas curtiram, pelo que fico feliz, porque já passou da hora do brasileiro se olhar no espelho com honestidade.

Mas uma minoria acha que a mensagem é inválida só porque vem de um gringo. O fato é que fica difícil considerar qualquer crítica ao texto que utilize a palavra “gringo”, porque revela o grande preconceito que o crítico sente pela opinião de estrangeiros. Ou talvez essa minoria invalide a mensagem do “gringo” porque não admitam serem parte do problema.

O que prova que são sim, parte do problema (como eu e você somos, admitamos). Mas eles estão piores na escala, porque precisam primeiramente acabar com essa arrogância que os impede de considerar críticas de estrangeiros.

Porque, quando a mensagem dessa mulher, no vídeo abaixo – que diz praticamente a mesma coisa que o Mark – viralizou há alguns meses, essa mesma gente aplaudiu, porque né, tudo que vem do pobre é lindo, maravilhoso, e digno de ser ouvido.

Se for nordestino, até rola uma lágrima.

Eu acho que o Mark está certíssimo sobre sua ponderação sobre a mentalidade brasileira, e acho que essa moça do vídeo está igualmente certíssima.

A verdade é uma só: qualquer relativização sobre qualquer corrupção estará justificando-a.

Se você é neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado do opressor. Desmond Tutu

Portanto, sim, você que não gostou do texto do Mark, você, você mesmo, é o problema.

Não seja ridículo

Encontrei vários tipos de críticas sobre o texto do Mark. A que mais me chamou a atenção é a que atribui a situação do país ao colonialismo português (e inglês) e ao neo-colonialismo, ou imperialismo, americano. O ridículo sempre chama a atenção. Para essa gente, assumir culpas e responsabilidades é um bloqueio psicológico. A culpa nunca é deles, é sempre dos outros.

Como é ridículo ser assim.

Ora, lá pelo século 15, um dos países mais ricos do mundo, ou ao menos da Europa, pasmem, era Portugal. Logo depois esse status passou para a Espanha. A Inglaterra só passou a ser o país mais rico do mundo no século 19, muito mais pela revolução industrial do que pelo colonialismo.

Relembro isso para que tenhamos ciência de que todos os países colonizados foram saqueados igualmente: EUA e Austrália pela Inglaterra, países latino americanos pela Espanha, Brasil por Portugal.

Mas por que só os EUA, Canadá, Austrália se desenvolveram e vão bem obrigado, e Brasil e a maioria dos países da América Latina rastejam?

De duas, uma: Ou é por causa da mentalidade, ou é por causa do calor.

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Todos os meus textos sobre corrupção.