Texto de 21 de janeiro de 2019.
É clássica a cena que todos nós algum dia já imaginamos, nos bancos das salas de aula de história, quando o professor nos falava que o índio ficava todo maravilhado com os espelhinhos e outras ferramentas de metal dos portugueses, e os trocavam facilmente por toneladas de pau-brasil, madeira caríssima aos europeus.
Na época das eleições, eu conversava com amigos: Enquanto estamos nessa lenga-lenga do privatiza não privatiza, do “petróleo é nosso” desde 1940, os gringos inventaram computador, windows, internet, protocolo www, google, iphone, facebook, youtube, whatsapp, enfim, um mundo digital paralelo que dispensará cada vez mais o petróleo.
Depois de 500 anos, o Brasil AINDA não cria praticamente nenhuma tecnologia relevante de alto valor agregado. Só compra de fora; importamos milhões de celulares com seus chips – lascas de silício de alto valor agregado – de EUA, Europa e China.
Entretanto, depois do pau-brasil, continuamos exportando muita cana-de-açúcar, muito café, e hoje exportamos muito minério bruto, muita carne e MUITA soja.
Se fizer um paralelo comparando o pau-brasil com as commodities atuais, como a soja, e espelhos com celulares (que mais servem para publicar selfies do que qualquer outra coisa), no final das contas, 500 anos se passaram e ainda… AINDA! estamos trocando espelhinhos por pau-brasil.
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