O Rio de Janeiro, que vinha vivendo um clima estimulante de pacificação nos últimos meses acordou no dia 7 de abril com uma triste notícia. Várias crianças foram assassinadas fria e cruelmente por um indivíduo insano.
Em todos os veículos de comunicação encontramos “especialistas” arrotando seus pitacos sobre “os motivos” de uma brutalidade como aquela. No twitter vi um cara meio paranóico – como eu mesmo – dizendo que de alguma forma aquelas crianças mereceram o ocorrido. Senti repugnância pela falta de bom senso do sujeito.
Porque agora não é hora de encontrar motivos. Não é hora de encontrar culpados. “Armas nas ruas”. “Influência da internet”. “Insanidade mental”. “Falta de segurança nas escolas”.
Nada disso pode ser considerado motivo.
E nada vai trazer as crianças de volta.
Acho que o mais propício ao momento é o silêncio. É a reflexão. É acordar e constatar: É, o mundo é cruel. A realidade é dura. Viver dói. Viver significa estar sujeito a morrer das formas mais medonhas. Acho que agora é hora de refletirmos e enxergarmos que, enfim, este é o mundo que temos. Ele é assim mesmo. É um mundo insano. É inseguro. Não há nada que se possa fazer. Fatos como o massacre do Rio já ocorreram na Alemanha e nos Estados Unidos, países altamente desenvolvidos. Infelizmente é bem provável que outros ocorrerão ao redor do mundo no futuro.
É hora de enxergar a realidade e aprendermos duramente, e comovidos, a conviver com ela.
César Bressane
08 de abril de 2011 as 10:16
Parabéns pelo texto. É exatamente o meu sentimento neste momento. Vemo especialistas tentando explicar o ocorrido e buscando soluções e maneiras de evitar estes horrores. Este é o mundo. Estes são os seres humanos. Vale a reflexão. Vemos o mesmo exemplo diariamente, onde pessoas se julgam com mais direito que as outras no trânsito, nas filas, nas empresas. Talvez o estrago seja menor, mas o defeito humano é o mesmo e pode até causar um estrago tão grande como esse. A embriaguez causa mortes no trânsito, a imprudência e a intolerância também. Mas todas essas pessoas se julgam de bem e não nocivas à sociedade. Ser humano é ter defeitos e não reconhecê-los.
Renata Matos
10 de abril de 2011 as 16:53
sem dúvida é uma tamanha crueldade,mais como já devíamos esperar,este mundo já és do maligno,salve-se quem puder …
Bianca Leilane
17 de abril de 2011 as 10:51
Olá, Ronaud!
Concordo com o que vc coloca, acredito sim que seja momento de silêncio, de reflexão, entretanto, esta reflexão precisa resultar em algo concreto, só refletir por refletir não vale de nada. Refletir pra concluir que o mundo é assim mesmo e pronto? Não! Pra isso não é preciso reflexão!
Vou um pouco além (analisando enquanto cidadã e professora), só há uma forma eficaz de mudar a violência no país: estrutura familiar! É muito fácil perceber dentro das escolas os alunos que serão bons cidadãos e os alunos que serão futuramente os vilões de ações como esta de Realengo…em poucos casos nos enganamos, sabia? E pode acreditar, em sua maioria são crianças e adolescentes que, ou não possuem família, ou possuem uma família desestruturadas, não recebem amor, carinho, limites, e muitos nada mais fazem do que “copiar” aquilo que veem em casa.
É um absurdo? Com certeza, mas a realidade que temos é esta, enquanto não se trabalhar a base de tudo (a família), não haverá solução, nos caberá apenas assistir cenas como o massacre de Realengo, que não há dúvida, foi uma crueldade sem tamanho!
Um abraço!
ronaud
17 de abril de 2011 as 11:45
Você tem plena razão quando coloca a familia como base para uma sociedade melhor, contudo, no caso específico do massacre no Rio, o sujeito era um doente psicopata imprevisível e perturbado.
Tá, o cara não tinha família e tal, mas se todas as pessoas sem família desse país saíssem matando gratuitamente assim estaríamos numa situação catastrófica. Enfim, não acredito que este crime específico pudesse ser evitado. De modo que penso e reitero sim que é momento de aceitar que o mundo pode ser realmente injusto, como foi no caso. Enfim, neste caso, to sendo bem específico e creio que nada poderia ter evitado o que aconteceu.
Bianca Leilane
17 de abril de 2011 as 16:46
Bom, estou eu aqui novamente para contrariá-lo…rs
Tudo bem, talvez vc esteja certo, a essa altura do campeonato, de fato nada poderia ser feito.
Mas olha só: ninguém percebeu durante todos esses anos que esse cara era um psicopata e que precisava de tratamento? Precisou ele chegar a tal ponto para deduzirem isto?
Com certeza se todos sem família saíssem por aí matando todo mundo o país estaria um caos (já está na verdade…rs), por isso disse anteriormente que a regra não é geral, sempre tem aqueles que se saem muito bem na vida mesmo não tendo família, mas em sua maioria não.
Concordo que cara fosse um louco, disso não há dúvidas, minha indignação é: alguém já sabia e não fez nada, certo? ou seja, falta algo de concreto pra mudar certas situações.
Um abraço!