Sei que discussões políticas e sociais não fazem parte do dia a dia da maioria dos leitores deste site. Eu mesmo tenho um pé atrás com esses assuntos, já que todos são discutidos sob um viés materialista (filosofia) e não levam em conta todo um possível plano espiritual de onde vêm as causas para muitos dos fenômenos considerados injustos pelos que discutem esses temas. E que, obstinadamente, tentam atribuir a “culpa” por essas injustiças a alguma força opressora, seja o capitalismo, os ricos, o governo, etc.

Mas acompanho alguns autores que costumam ir fundo nesses temas. Os que mais me interessam são a política, e a relação conturbada entre homens e mulheres. No caso desta, meu interesse tem sido em entender o quanto do machismo é algo justificável pela natureza dos seres humanos, forjada em meio a um ambiente inóspito por milhares de anos, e o quanto dele é cultural e pode, portanto, ser mudado, ou corrigido.

Particularmente, tenho horror a extremos. Tanto ao machista extremado, quanto à feminista radical. Acredito sim, devido a vários fatores, que o machismo encontra forte justificativa na natureza humana. E acredito também na importância do feminismo que, se não está 100% correto em suas premissas, ao menos expõe os muitos excessos machistas, mostrando à sociedade onde estão errando, e ensinando aos machos tornarem-se HOMENS.

Fora essa questão da natureza humana, jamais imaginei que encontraria alguma alternativa a origem do machismo de forma tão simples e inesperada. E aconteceu ao ler os comentários deste texto. Ali, encontrei o seguinte comentário:

Tem muito homem que tem inveja de mulher, porque nós somos desejadas, nós escolhemos com quem queremos passar uma noite, e nós podemos até ganhar dinheiro com isso […] bando de invejosos! *

(o comentário foi reescrito para melhor compreensão)

Pois é!

É um comentário simplista, é verdade, mas que diz muito. Se você observar, ou tentar relembrar o comportamento machista típico, poderá concluir facilmente que tal comportamento realmente se motiva tanto por inveja, como principalmente por RESSENTIMENTO.

Primeiramente o sujeito aborda a mulher e tenta conquistá-la, seja de forma mais educada ou de forma brusca. Caso ela o rejeite, a reação típica será desqualificá-la. No começo ela é a princesa, a gostosa, a linda. Depois da rejeição, será a vadia, vagabunda, a puta.

Hugh Hefner, um dos homens que mais entende de mulher nesse mundo, desaconselha:

O idiota pergunta ao fundador da Playboy: "Como você tem tantas vadias?". E Hugh responde: "Tenho muitas namoradas porque não as chamo de vadias. Um pouco de respeito pode te levar longe".

O idiota pergunta ao fundador da Playboy: “Como você tem tantas vadias?”. E Hugh responde: “Tenho muitas namoradas porque não as chamo de vadias. Um pouco de respeito pode te levar longe”.

Não há maior demonstração de ressentimento ao agir assim.

O homem, sob certo sentido, é um ser miserável. Nasce da mulher e precisa da mulher para viver uma vida equilibrada, e no entanto, sob a dificuldade de aceitar essa condição, agride o ser que tanto deseja.

O machismo é um ressentimento. É o orgulho de não aceitar a condição de ser dependente.