Se você analisar o estado atual da educação brasileira e o amplo analfabetismo funcional da população em geral, com a proposta pedagógica progressista que veio sendo implementada nas últimas décadas nas escolas, concluirá que esta fracassou grandiosamente.
Paulo Freire podia ter a melhor das intenções, e justamente na intenção de tirar o povo da opressão, vem afundando-o nela mais e mais.
Se Paulo Freire tivesse sido alfabetizado com o método Paulo Freire, ele não teria conseguido nem ser funcionário do mês no Mc Donald’s. Flavio Morgenstern
Tenho percebido recentemente, de modo mais acentuado, a relação entre o nível educacional brasileiro, em especial o fundamental, comprovadamente fracassado tendo em vista os sucessivos péssimos resultados obtidos em avaliações internacionais, e essa pedagogia progressista que tomou conta da educação nacional, de algumas décadas pra cá.
O que me desespera é que não há uma percepção pública desta relação. Os pais nem sabem que seus filhos estão sendo (des)orientados através de uma pedagogia fracassada. As pessoas não estão nem aí. Você publica uma foto de gato no Facebook, e dezenas curtem. Você publica um comentário sobre a educação, e quase ninguém se manifesta.
O povo só quer zoeira, e é zoeira que o governo tem lhes retribuído.
Chega de educação progressista
O texto abaixo é de Eduardo Nunes e foi publicado em 10 de setembro de 2008 aqui. O texto é tão bom, e segue tão atual, que é uma pena não ter a atenção que merece. Segue:
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Pouca gente sabe, mas o ensino no Brasil só é tão ruim porque é bom demais.
Sim, você não sabia? Nós temos a melhor educação do mundo, segundo os
pedabobospedagogos e antropólogosimbecisnefelibatas que ditam os rumos.Todos lembram daquele padrão de escola tradicional: carteiras enfileiradas, alunos em silêncio e de cabeça baixa, todos vestidos em tons escuros, todos escrevendo, escrevendo, escrevendo. A professora, deus-nos-livre! Mulher implacável, juíza do bem e do mal, pronta para punir qualquer gaiato que pergunte as horas ao colega ou que deixe de copiar para ler um romance de faroeste. Sentada na sua cadeira, ela fiscaliza tudo, espreitando por cima dos óculos. De repente, levanta e dispara a pergunta à queima-roupa: “Joãozinho, quem descobriu o Brasil?”
Num belo dia (ou em vários belos dias, pois falamos de várias pessoas em tempos diferentes), pensadores pensaram demais e concluíram que esse modelo de escola é prejudicial, pois limita, oprime, tolhe, molda, cerceia, escraviza, atrofia as pobres mentes das criancinhas. Repetir que “bê mais a é igual a bá” virou pecado dos gravíssimos. Falar de coisas de fora do contexto imediato do aluno tornou-se delito passível de pena de morte. Decorar regras de gramática, a tabuada y otras cositas passou a ser considerado crime contra a humanidade.
No Brasil, muita gente entrou em polvorosa com essas teorias. Estava aí a saída! E tivemos um agravante bastante… grave: o país era regido por uma ditadura militar de direita, que coordenava a rede de ensino. Logo, a educação tradicional passou a ser identificada como instrumento de doutrinação do regime (e realmente era, até certo ponto). Logo, ser contra a ditadura significava ser contra o bê-a-bá, contra decorar a tabuada, contra fazer ditados e sabatinas.
Findo o regime militar, tratou-se de implodir o modelo vigente de ensino. Era cool ser progressista, ser construtivista, ser interacionista, ser freireano, ser piagetano, etc. O importante era que a escola fosse prazerosa e que se aprendesse “CONSTRUINDO O CONHECIMENTO”. Punir a indisciplina dos alunos foi confundido com autoritarismo de direita. Reprovar os que não aprendem foi confundido com autoritarismo de direita. Escrever as notas abaixo da média com caneta vermelha também não pode, pois traumatiza os coitadinhos, além de ser autoritarismo de direita. Mandar decorar as capitais dos Estados do Brasil, adivinhe: é autoritarismo de direita. Cantar o Hino Nacional, então, é o mais terrível exemplo de autoritarismo de direita! É coisa de milico! “Tradicional” virou xingamento, tornou-se sinônimo de “Fascista”
Temos, desde então, “a melhor educação do mundo inteiro”. Sim, do mundo inteirinho. Nossos métodos são inovadores e sintonizados com a vanguarda do pensamento pedagógico. Nossos alunos não podem mais ser punidos, pois temos a legislação “mais moderna do mundo” para a área. Privilegiamos a riqueza da experiência dos educandos, a construção pessoal e prazerosa do conhecimento, e nossos alunos nunca estiveram tão MAL.
Nunca, em toda a História.
Quem é professor sabe: a maioria dos estudantes brasileiros sai da 8ª série sem capacidade para resolver um problema matemático de 4ª série ou para entender um texto infantil. Eles não ficam mais lendo romances de faroeste na sala de aula, porque simplesmente não leem mais nada. Escrever, então, nem pensar. Eles cometem tantos erros de ortografia e concordância, são tão incapazes de se expressar por escrito, que poderiam ser considerados analfabetos no sentido clássico, e não “analfabetos funcionais”, como reza a atual nomenclatura. É duro admitir, mas foi nisso que a Educação Progressista nos transformou: num país de analfabetos.
Ao mesmo tempo, citam-se os exemplos de países que vão bem na educação, como a Finlândia, a Coréia do Sul, o Japão. Entrem numa sala de aula desses países e vejam se lá essas teorias de merda libertadoras têm vez. E não adianta dizer que a educação de lá é melhor por causa do dinheiro e da tecnologia. A educação dos países de ponta é melhor porque lá se sabe que só aprende quem estuda. Lá a educação é voltada para RESULTADOS, pois SÓ OS RESULTADOS LIBERTAM.
Eu disse: SÓ OS RESULTADOS LIBERTAM.
Vivemos aqui também um boom tecnológico. A tal inclusão digital já chegou nas periferias. Quase todos os meus alunos pobres usam computador, seja em casa ou nas lan houses. Mas usam apenas para acessar o Orkut (onde escrevem coisas como “eu é minha amiga adoro ela nós samos show” e o MSN (onde usam nicks como “ale to na pista pra negosio“). Não nos falta tecnologia. Falta rumo.
O futuro da Educação está numa volta ao passado. Não para andarmos pra trás, mas para voltarmos a fazer coisas que antes davam certo, adaptando-as ao invés de implodi-las. Comparem um aluno de 4ª série dos anos 50 com um aluno de 8ª série de hoje e veremos qual é o modelo que realmente funciona.
Bibliografia para uma pedagogia conservadora e tradicional
1. Olavo de Carvalho, Educação Liberal. Palestra no Hotel Glória, 2001.
2. Henri-Irenne Marrou, História da Educação na Antiguidade.
3. Javier Vergara Ciordia, Historia de la Educación.
4. Michael Oakeshott, La voz del aprendizaje liberal.
5. Isabele Stal / Françoise Thom, A Escola dos Bárbaros.
6. C.S.Lewis, A abolição do homem.
7. Christopher Dawson, La crisis de la educación occidental.
8. Inger Enkvist, Educación: guía para perplejos.
9. Inger Enkvist, La buena y mala educación.
10. Inger Enkvist, Repensar a educação.
11. E.D. Hirsch, La escuela que necesitamos.
12. Jacques Maritain, Os rumos da educação.
13. Werner Jaeger, Paideia: a formação do homem grego.
14. José Antônio Marina, El mistério de la voluntad perdida.
15. Georges Gusdorf, Professores para quê?
16. Charles L. Gleen, El mito de la escuela pública.
17. Pascal Bernardin, Maquiavel pedagogo.
18. George Steiner, Lições dos Mestres.
19. Leo Strauss, O que é educação liberal.
20. Fausto Zamboni, Contra a Escola.
21. Lucien Morin, Os charlatães da nova pedagogia.
22. Ananda Coomaraswamy, O bicho-papão da alfabetização.
fernando
16 de abril de 2014 as 22:46
esse texto não é seu certo?
Ione
28 de setembro de 2015 as 14:29
Concordo em grau, gênero e número!!! Excelente exposição de um problema que é de todos nós, brasileiros…