O feminismo é um fenômeno social interessante. Todo homem pode aprender muito com feministas. Mas como em todo movimento, sempre há os mais flexíveis e ponderados, e os mais ortodoxos. E as feministas ortodoxas realmente exageram. Elas jamais vão admitir, mas exageram porque não estão defendendo as mulheres, estão sim, contra os homens. Há vitimismo, ódio, rancor e ressentimento em seu discurso. E acho que é nisso que falham, e por isso o movimento feminista não avança, e perde força, inclusive entre as próprias mulheres, que seriam as mais interessadas na coisa toda: Por que elas, as mulheres, AMAM os homens, apesar de todos os seus problemas e defeitos.
Este texto de Rodrigo Simonsen expõe melhor a situação, os grifos são meus:
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Se há algo que enche meu peito de felicidade, é saber que o Dia Internacional das Mulheres não dura mais que um dia. É tanta saliva a escorrer pelos queixos, são tantos joelhos rotos, são tantas manifestações cínicas de admiração irrestrita, que eu, deste lado da peleja, abocanho um pedaço de pernil e custo a entender por que meus parceiros de cromossomo Y agem como agem. Incluam-me fora, rapazes. O verdadeiro homem sabe que nenhuma mulher merece veneração gratuita, de antemão, sem nada provar.
E quem surgiu com esta ideia de toda mulher é digna de reverência, independentemente de suas maneiras, atitudes, atos e omissões? Bingo! As feministas. Bom trabalho, meninas. Vocês estão vencendo o jogo. Infelizmente, o mesmo não se pode dizer das demais mulheres.
Antes de alisar o buço, digam cá: como conseguiram convencê-las de que eram suas aliadas e defensoras dos seus direitos? Tacada de mestre. Ser contrário ao movimento feminista virou ser contrário às mulheres em si e ao progresso da História. Mas após décadas de lingerie em brasa, não parece difícil perceber que, a bem da verdade, ninguém agiu em nome da liberdade ou da igualdade coisíssima alguma. As forças ocultas, às vezes bastante escancaradas, que motivaram cada um de seus passos continham um profundo ódio ao sexo masculino – lembram-se de Valerie Solanas e seu mimoso manifesto que pregava a destruição de todos os homens? –, um profundo ódio às religiões tradicionais e uma profunda defesa de um grupo muito, muito específico de mulheres, bastante distante das nossas mães, tias, avós ou primas.
Constantemente ofendidas. Constantemente ofensivas.
Mulheres são de Vênus; homens são do inferno.
Se os gêneros são essencialmente diferentes, é natural que gravitem em torno de interesses diferentes, não? Mas elas quiseram tudo. Era hora de fazer o que um homem faz, só que melhor. E o que restou pour les femmes? O pior dos dois mundos. O feminismo não aliviou nenhuma das obrigações tradicionais das mulheres – exceto qualquer uma que envolvesse decência, resguardo ou comedimento – e tratou de adicionar uma série de outras obrigações que costumavam repousar tranquilas no colo masculino. Agora todos podemos ter chefes insuportáveis. Baita avanço.
Não admira a popularidade inicial do movimento, contudo. Falar em liberdade soa como falar contra a repressão. Soa bonitinho. Ninguém gosta de repressão, em tese. No final das contas, vimos mesmo uma bela liberdade, sim, de regras, responsabilidades, compromissos, tradições, valores morais, convenções e de qualquer elemento que pudesse incomodar seus ânimos. E dos maridos, claro, estes malvados dominadores. E dos filhos, claro, que atrapalham meus planos e são um peso no orçamento.
Sem melindres, invadiram nossos bares, nossos jogos esportivos e até nossos guarda-roupas, eliminando qualquer tentativa de vínculo fraternal entre os membros do nosso sexo. Em nome de uma suposta independência (“Uma mulher sem um homem é como um peixe sem uma bicicleta”, não é?), fomos tachados de inúteis, preguiçosos, naturalmente violentos – e isto os melhores de nós! Os demais ainda eram molestadores, crápulas, e não faltaram acusações, a maioria absolutamente falsa, de assédio sexual ou estupro. Como se não bastasse, promoveram um sistema judicial e cultural que não dá incentivo algum para que o homem se case, tenha filhos e possa, enfim, amadurecer e crescer. É mais fácil pedir um divórcio do que comprar um apartamento. Pais contra filhos, filhos contra pais, maridos contra esposas, esposas contra maridos; temos nitroglicerina, sim, senhoritas.
E não podemos nos esquecer da cereja do bolo: aborto legal, “seguro” e nada raro, garantido por lei e estimulado por muitos Estados, salvo seja. Foi-se gradativamente coisificando o feto e paulatinamente transformando mulheres normais em assassinas seriais. Que agora se fale em “aborto pós-natal” não chega a surpreender os mais atentos, que sempre sentiram o cheiro da carnificina. Mas nunca deixa de ser chocante quando uma ideia genocida é apresentada com requintes de matéria científica. Aquele senhor do bigode quadrado não faria melhor.
“Mesmo depois disso tudo, as mulheres de hoje são muito mais felizes”, você me diz. (Mentira, eu que disse, mas você entendeu o efeito retórico.) Não, não são. Segundo o National Bureau of Economic Research, sediado em Cambridge, a felicidade das mulheres despenca ladeira abaixo, ano após ano, rolando com a força da desorientação generalizada.
Antes que as feministas se expressem com as quatro patas, digo que não aceito ser chamado de reacionário – o que sou, mas não vem ao caso. Ninguém aqui promove uma volta ao passado, muito menos qualquer tipo escravidão. Parem com esse tipo de bobagem de “dominação masculina”, de uma vez por todas. Queremos lutar nas guerras, para que haja paz em casa. Queremos pagar pelo seu boeuf bourguignon com batatas sautée. Queremos congelar ao lado do Leonardo DiCaprio quando o navio afunda. Queremos tirar nossa felicidade do sacrifício e da dedicação. Queremos, acima de tudo, amar as mulheres de verdade, até o limite do amor possível.
Não me falta consciência de que a vida sempre teve mais de inferno que de paraíso. Dificuldades foram criadas. Relações de poder foram estabelecidas. Excessos foram cometidos. Se o tempo não anda pra trás, precisamos ao menos ver quem perdeu e quem ganhou, quais são nossos aliados verdadeiros e aqueles (ou aquelas) que só fingem estar do nosso lado, e resgatar aquilo que caiu de nossas consciências no meio do caminho. É hora de submeter os sentimentos à razão. É hora de perceber os limites da igualdade e restabelecer um equilíbrio natural entre os sexos. É hora de deixar o homem ser homem e a mulher ser mulher. E, acima de tudo, é hora de decretar o fim do pole dance como esporte.
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